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Larissa Almeida
Publicado em 19 de junho de 2025 às 05:00
Às vésperas do São João, as já tradicionais viagens para o interior da Bahia podem levar menos pessoas para longe da capital baiana. É que, de acordo com uma pesquisa realizada pela Seazone, empresa que é a principal gestora de imóveis para aluguel por temporada do Brasil, há expectativa de que Salvador registre crescimento de 35% no mercado de aluguel por temporada. Segundo o estudo, a cidade deve receber não apenas turistas de fora do estado, mas também pessoas de outros municípios da Bahia.
O cálculo da pesquisa foi feito com base na expectativa de aumento de público para a edição deste ano no São João de Salvador. A gestão municipal disse esperar um incremento de público de 25% em relação ao ano passado. Além disso, o mercado de aluguel por temporada na cidade já vinha apresentando uma tendência de crescimento anual em torno de 10%, acompanhando o movimento nacional de maior busca por esse tipo de hospedagem.
Com a combinação desses dois fatores, a projeção de crescimento no segmento de aluguel por temporada, que ficou definida em 35%, pode alcançar 37%, considerando o efeito multiplicador entre aumento de público e tendência de mercado. Bruno Benetti, COO da Seazone, destaca que esse número é uma novidade positiva para o segmento.
“Já estamos com 60% dos nossos imóveis faturando mais do que o ano passado e ainda nem chegou no final do mês. Normalmente, em junho e julho temos a menor demanda, então esse crescimento é uma novidade. [O São João em Salvador] tem crescido ano a ano e está entrando no radar como um evento que sustenta o faturamento”, afirma.
Para ele, a ampliação da festa junina na capital baiana tem sido a grande responsável por atrair turistas nesse período. “Devido ao investimento crescente das festas juninas de Salvador em bandas de peso nacional, muita gente tem feito o sentido inverso, saindo dos interiores para a capital”, frisa.
A empresa acredita que esse público excedente, que estará presente no São João de Salvador pela primeira vez ou depois de algum tempo, deve gerar uma demanda de hospedagem e de aluguel por temporada maior. As justificativas para essa crença baseiam na limitação da capacidade hoteleira tradicional para grandes picos na cidade, no fato de que podem surgir turistas de última hora ou com perfil mais flexível em busca de aluguel de curta duração, e pessoas com grupos ou famílias.
A Secretaria Municipal de Cultura, Turismo e da Promoção da Igualdade Racial de Salvador (Secult) disse que a expectativa é que a rede hoteleira atinja 55,8% de taxa de ocupação, um crescimento de 2% em comparação a 2024. Em fluxo e receita turística, no entanto, a projeção é maior: 680.285 turistas devem passar pela capital baiana em junho deste ano – em 2024, a estimativa era de 647.943 turistas – e movimentar R$ 1,49 bilhão, valor acrescido de R$ 70 milhões em comparação ao ano anterior.
Plataformas, como Airbnb, indicam que o preço médio do aluguel por noite em junho, em Salvador, é de R$ 420, com uma média semanal de R$ 1.600. A pesquisa aponta para uma valorização típica de períodos festivos, o que torna o aluguel por temporada uma opção mais atrativa tanto para proprietários quanto para turistas. Atualmente, a ocupação desse tipo de hospedagem já está em 80%.
De fora do estado, são esperados visitantes de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Goiás, sendo que casais ou grupos com até três pessoas são os principais públicos que costumam optar por aluguel de temporada.
O Projeto de São João 2025 é uma realização do Jornal Correio com apoio do Sicoob.