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Portal Edicase
Publicado em 6 de maio de 2025 às 18:09
A menopausa é um assunto recorrente entre as mulheres após os 40 anos. Embora ocorra normalmente entre os 45 e 55 anos, pode acontecer mais cedo — como no caso da apresentadora Angélica, que disse ter entrado na menopausa aos 43. Hoje, a estrela tem 51. >
O assunto reacendeu os holofotes sobre a menopausa precoce, cujo nome técnico é falência ovariana precoce — condição que afeta mulheres antes dos 40 anos e apresenta sintomas muito semelhantes à menopausa que ocorre na idade esperada, mas traz desafios adicionais, especialmente quando a mulher ainda deseja engravidar. >
Abaixo, o ginecologista Dr. Luiz Fernando Pina, especialista em reprodução humana do Baby Center Medicina Reprodutiva, traz informações importantes sobre a menopausa precoce. Confira! >
Os sintomas são praticamente os mesmos da menopausa comum : ondas de calor, secura vaginal, alterações de humor, insônia, depressão, encurtamento do ciclo menstrual e diminuição da libido. >
Quando os sintomas aparecem antes dos 40 anos, é um sinal de alerta para a possibilidade de falência ovariana precoce. Em casos mais raros, ela pode acontecer até mesmo antes dos 30. O principal sinal é a irregularidade ou ausência de menstruação. O diagnóstico é confirmado por exames hormonais, como o hormônio antimülleriano (AMH) e a contagem de folículos ovarianos por ultrassom. >
As causas são variadas. Entre elas, estão doenças genéticas , como a síndrome do X Frágil e a síndrome de Turner; alterações cromossômicas, como mosaicos genéticos; doenças autoimunes, em que o corpo passa a produzir anticorpos contra o próprio ovário; e fatores externos, como cirurgias para retirada dos ovários, tratamentos de quimioterapia, radioterapia e trombofilias. Mesmo com todos os exames, em cerca de 30% dos casos a causa exata não é identificada, sendo considerada idiopática (desconhecida). >
O tratamento para a menopausa precoce se baseia em dois pilares principais. O primeiro é voltado à fertilidade: quando a falência ovariana é detectada precocemente, é possível preservar os óvulos por meio do congelamento, permitindo que a mulher mantenha sua possibilidade de gestação futura com material genético próprio. >
O segundo pilar é a reposição hormonal, essencial para compensar a falta de estrogênio e progesterona que o ovário deixará de produzir. Essa reposição, combinada com mudanças no estilo de vida — como prática de atividades físicas, alimentação equilibrada e rica em fitoestrogênios —, contribui para o controle dos sintomas e prevenção de doenças associadas, como osteoporose. >
Se o ovário já entrou em falência total, a mulher não ovula mais, e por isso não consegue engravidar naturalmente. No entanto, nos casos em que o ovário está em transição (climatério precoce), ainda pode haver ovulação esporádica. Quando há desejo de engravidar, a reprodução assistida com óvulos congelados ou doação de óvulos pode ser uma alternativa. >
A ausência de estrogênio afeta diversos sistemas do corpo, já que esse hormônio está presente em tecidos como osso, cérebro, bexiga, vasos sanguíneos e pele. Com a queda hormonal, aumentam os riscos de osteoporose, infecções urinárias de repetição, doenças cardiovasculares, distúrbios do sono, alterações de humor, queda da libido e secura vaginal. O corpo inteiro sofre as consequências da falência ovariana, o que torna o acompanhamento médico e o tratamento adequado fundamentais para preservar a qualidade de vida da mulher. >
Por Eduarda Pires >