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Portal Edicase
Publicado em 1 de outubro de 2025 às 11:43
O vegetarianismo deixou de ser apenas uma tendência e se consolidou como estilo de vida no Brasil. Segundo o Ibope (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística), 14% da população já se declara vegetariana, um número que cresce a cada ano. >
Para Diego Righi, professor de Nutrição do Centro Universitário Afya Itaperuna, a chave para manter uma dieta completa sem carne está no equilíbrio. “O ponto central não é apenas retirar a proteína animal da alimentação, mas, sim, substituí-la de forma planejada e equilibrada, garantindo o aporte adequado de nutrientes essenciais”, explica. >
O especialista destaca que um erro comum entre iniciantes é aumentar o consumo de arroz, massas e pães, acreditando que isso é suficiente. “É fundamental compreender que o equilíbrio entre os grupos alimentares é o que sustenta a saúde a longo prazo; por isso, apenas encher o prato com carboidratos pode levar ao déficit de proteínas e outros micronutrientes. O ideal é que cada refeição seja planejada com uma fonte proteica vegetal, acompanhada de cereais integrais e hortaliças”, afirma. >
Abaixo, Diego Righi lista orientações práticas e essenciais para quem segue o vegetarianismo e deseja manter uma alimentação equilibrada, saudável e rica em nutrientes. Confira! >
Inclua leguminosas diariamente, como feijão, lentilha , grão-de-bico e ervilha, que são excelentes fontes de proteína vegetal. Além disso, variar o consumo de cereais integrais, como arroz integral, aveia e quinoa, ajuda a fornecer energia e fibras essenciais para o bom funcionamento do organismo. >
Não esqueça das oleaginosas e sementes, como castanhas, nozes, chia e linhaça, que oferecem proteínas adicionais e gorduras saudáveis, contribuindo para uma dieta completa e nutritiva. O ideal é consumir entre 20 e 30 gramas de proteína por refeição, podendo combinar, por exemplo, uma xícara de feijão com uma xícara de quinoa, 150 a 200 gramas de tofu ou tempeh. >
Inclua na dieta alimentos ricos em ferro, como couve, espinafre e feijão, e combine sempre com fontes de vitamina C (laranja, limão, acerola) para melhorar a absorção. Além disso, não consuma cafeína ou bebidas que contenham café junto das refeições, pois elas atrapalham a absorção do ferro. >
Para melhorar a digestão e a absorção de nutrientes, deixe de molho leguminosas como feijão, lentilha e grão-de-bico, germine ou fermente esses alimentos, potencializando o aproveitamento de todos os nutrientes que eles oferecem. >
Para garantir a ingestão adequada de cálcio , consuma tofu preparado com sulfato de cálcio, bebidas vegetais fortificadas, tahine (pasta de gergelim) e couve de baixo teor de oxalato. Para obter iodo, use sal iodado regularmente e, se optar por consumir algas, faça isso com cautela para evitar excesso desse mineral. >
Para garantir níveis adequados de vitamina B12, faça suplementação conforme orientação profissional, pois geralmente é necessária em dietas vegetarianas. Para a vitamina D, aproveite a exposição solar regularmente e, se você passa muito tempo em ambientes fechados ou apresenta níveis baixos nos exames, considere suplementar com acompanhamento profissional. >
Inclua diariamente na dieta chia, linhaça e nozes. Para os veganos, vale considerar suplementação de DHA extraído de microalgas (150 a 300 mg/dia). >
O acompanhamento regular de exames é essencial, sendo importante monitorar os níveis de ferro, por meio de hemograma e ferritina, além de avaliar vitaminas como B12 e D, assim como minerais como zinco e iodo. Esses exames ajudam a ajustar a dieta de forma adequada e a identificar a necessidade de suplementação , garantindo uma nutrição completa e equilibrada. >
Por Pamella Cavalcanti >