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Da Redação
Publicado em 17 de março de 2020 às 07:51
- Atualizado há 2 anos
O Ministério da Saúde avalia aumentar o número de análises para diagnóstico do novo coronavírus no Brasil, com a importação de testes rápidos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou ontem a ampliação do número de testes e o isolamento das pessoas consideradas suspeitas de estarem infectadas. De acordo com o secretário executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, o governo ainda estuda internamente a recomendação.>
Por enquanto, a pasta informa que continuará a dar prioridade à análise de pacientes com potencial de desenvolver quadro grave em locais que já apresentam transmissão comunitária do vírus. O último levantamento do governo aponta que há no Brasil 234 pacientes confirmados para a doença, ante 200 em domingo (um aumento de 34 casos, ou 17%). O Estado de São Paulo apresenta o maior número de infectados - 152, ante 136 no boletim anterior. Depois, vem o Rio, que registra 31 casos.>
Pela manhã, a Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu que os países com casos do novo coronavírus isolem os infectados para prevenir o avanço da pandemia. Em sua fala, o diretor-geral Tedros Adhanom Ghebreyesus, defendeu a necessidade de as pessoas saberem qual pessoa lhe transmitiu o vírus e de manter as estratégias de contenção do risco.>
"A mensagem central é: testar, testar e testar", disse o diretor-geral. "Você não consegue parar essa pandemia se não souber quem está infectado. Esta é uma doença séria. Embora as evidências sugiram que aqueles com mais de 60 anos corram maior risco, jovens, incluindo crianças, morreram." A OMS lembrou ainda que mesmo que a pessoa não esteja se sentindo mal pode infectar alguém por até 14 dias. Por isso, é preciso respeitar o período de duas semanas após o fim dos sintomas. E vetar visitas>
Segundo o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Oliveira, a recomendação da OMS é "complexa", pois a própria organização havia recomendado testar apenas os cem primeiros casos e, depois, focar em grupos de risco. Oliveira disse que o Brasil vai manter a política de testar casos graves, internados, em locais com transmissão comunitária. E testar e isolar pessoas com febre e outro sintoma de gripe onde não houver transmissão disseminada da doença.>
"Quando assumo que o vírus está circulando na minha comunidade, já não interessa saber a totalidade dos casos. Por isso mudamos a vigilância de casos individualizados para monitoramento de casos graves", disse Oliveira. O secretário de Vigilância em Saúde ressaltou ainda que o número de testes é limitado. "Hoje, se procurar na iniciativa privada, não há insumos suficientes. E me estranha muito a OMS recomendar desta maneira, uma vez que os insumos são insuficientes para testar todo mundo. Vamos testar todos os casos sintomáticos. Os próprios laboratórios privados estão tomando essa decisão", disse.>
Representante da OMS no Brasil, a médica Socorro Gross afirma que países que não têm recursos suficientes para testar todos os casos devem dar prioridade e pacientes que podem desenvolver quadros graves. O governo já comprou 30 mil testes de diagnóstico de novo coronavírus feitos pela Fiocruz e encomendou outros 150 mil. Cada unidade custa R$ 98,80 aos cofres públicos. A Fiocruz estuda ainda realizar parcerias de transferência de tecnologia com empresas privadas para produção no Brasil de testes mais modernos de diagnóstico. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.>