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Remédio muito vendido no Brasil pode causar demência? Veja o que diz a ciência

Uso contínuo não é ideal e deve-se ter acompanhamento médico

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 23 de outubro de 2025 às 13:35

As embalagens são essenciais para a eficácia dos remédios (Imagem: FotoDuets | Shutterstock)
Remédio Crédito: Imagem: FotoDuets | Shutterstock

Embora o omeprazol esteja entre os medicamentos mais consumidos pelos brasileiros, dúvidas sobre seus efeitos a longo prazo ainda geram preocupação. A principal suspeita -  de que ele poderia estar ligado à demência e ao Alzheimer - circula há anos, mas não há qualquer evidência científica de que o remédio cause perda cognitiva. O consenso entre neurologistas e gastroenterologistas é claro: o problema não é o uso do medicamento, e sim o uso contínuo sem reavaliação médica.

O debate ganhou força em 2014, quando uma pesquisa alemã publicada no JAMA Neurology sugeriu uma possível associação entre os chamados inibidores da bomba de prótons (IBPs), grupo que inclui omeprazol, pantoprazol e esomeprazol, e maior incidência de demência em idosos. O estudo, porém, tinha caráter observacional e não provava relação de causa e efeito. Trabalhos mais amplos, como um realizado na Finlândia em 2017 com mais de 250 mil pacientes e publicado na revista Neurology, não confirmaram a hipótese.

Especialistas destacam que o equívoco comum está em confundir correlação com causalidade. Pacientes que usam IBPs por longos períodos geralmente já têm outras doenças, tomam múltiplos remédios e estão em faixas etárias mais avançadas, fatores que, isoladamente, aumentam o risco de declínio cognitivo. Por isso, os estudos iniciais levantaram um alerta, mas foram considerados limitados.

Mais recentemente, revisões científicas publicadas em 2020 e 2022 reforçaram que, quando há algum impacto cognitivo, ele tende a ser indireto. O omeprazol reduz a acidez do estômago, o que pode dificultar a absorção de vitamina B12, nutriente essencial para o metabolismo cerebral. A deficiência prolongada dessa vitamina pode causar sintomas como fadiga, lapsos de memória, formigamento e dificuldade de concentração. Nesses casos, a reposição de B12 costuma reverter os efeitos.

Médicos explicam que o uso prolongado do omeprazol pode ainda interferir na absorção de ferro e magnésio e aumentar o risco de infecções intestinais. Apesar disso, não há comprovação de dano cerebral direto. O remédio continua considerado seguro quando usado sob orientação e com tempo de tratamento definido.

O ponto central é o acompanhamento médico. O omeprazol foi desenvolvido para uso controlado e por períodos determinados, não deve ser mantido por conta própria ou sem reavaliação periódica. Pacientes que necessitam do medicamento a longo prazo, especialmente idosos e pessoas que tomam múltiplos fármacos, precisam realizar exames periódicos para monitorar níveis de vitamina B12, magnésio e densidade óssea.

“O foco não deve ser o medo, e sim o acompanhamento. Quando usado de forma correta e com indicação médica, o tratamento é seguro e eficaz”, disse a gastroenterologista Débora Poli, do Hospital Sírio-Libanês, em entrevista ao g1.

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Saúde Remédio Remédios Demência