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Conheça Reykjavík, capital da Islândia, onde o Sol pode brilhar por até 24 horas

Cidade tem clima ameno e é porta de entrada, centro político, econômico e cultural do país

  • Foto do(a) author(a) Verena Paranhos
  • Verena Paranhos

Publicado em 15 de junho de 2016 às 06:51

 - Atualizado há 2 anos

Se ao ouvir a palavra Islândia, você só imagina neve, está enganado. Grama verdinha e dias azuis intermináveis compõem a paisagem  da ilha do Atlântico Norte no Verão. Com a experiência de quem viveu um ano na Terra do Gelo, indico a estação sem noites como a melhor época para desbravar o lugar.

Entre maio e agosto, a temperatura atinge dois dígitos e, com sorte, você pode pegar máximas de 20°C. Não se espante se vir nativos tomando banho de sol no quintal com termômetros marcando 12°C. Nos nossos padrões isso não é muito, porém  é mais do que suficiente para garantir agradáveis passeios ao ar livre no território produzido pelo choque entre as placas tectônicas da América e da Europa.Vista de Reykjavík e, ao fundo, o monte Esja (Foto: Island Stofa/Divulgação)Ainda que os  atrativos da Islândia sejam as belezas naturais - vulcões, desertos de lava, montanhas, fiordes, gêisers,  geleiras e lagos glaciais - vale reservar pelo menos dois dias  para explorar Reykjavík. Além de porta de entrada, o centro político, econômico e cultural do país pode servir de base para passeios  próximos na natureza quase intocada. 

Com 120 mil habitantes (cerca de 36% da população do país), a capital mais setentrional do planeta tem charmosas casas coloridas e prédios baixos, lembrando uma cidade feita de  Lego. Pacata e segura, Reykjavík também tem ares cosmopolitas, pulsando em artes contemporâneas e vida noturna.

Saída pra criseDepois da crise de 2008, que quase levou o país à falência, o turismo ultrapassou as indústrias pesqueira e de minério, tornando-se a principal atividade econômica da ilha. Há ainda quem diga que a erupção do vulcão Eyjaflallajökull, cujas cinzas fecharam aeroportos da Europa em 2010, colocou a Islândia no mapa do turismo mundial. Em 2015, a ilha recebeu 1,3 milhão de turistas, quase quatro vezes sua população.

Nessa onda, o centro de Reykjavík se transformou em reduto de viajantes e viu a proliferação de restaurantes e hotéis de variados tipos e preços. Só não espere algo barato. Ano passado, uma pesquisa do site Numbeo.com revelou que a Islândia tem o quarto maior custo de vida do mundo, levando em conta alimentos, transporte, restaurantes e amenidades. Só perde para Suíça, Noruega e Venezuela.Parque Nacional Þingvellir: de um lado a América e do outro a Europa (Foto: Indabelle Flickr/Divulgação)Hospedar-se no centro (Miðbaer) é a melhor opção, pois permite percorrer a pé a maior parte dos pontos turísticos, museus e galerias. Quanto mais próximo da Rua Laugavegur, maior será a badalação, pela concentração de lojas de souvenirs, restaurantes, bares e casas noturnas.

O transporte público, com ônibus sustentáveis movidos a hidrogênio, não é vantajoso. Apesar de vazio e pontual, tem linhas esparsas. Num roteiro básico, você o usaria muito pouco para visitar lugares como Perlan e o Museu Árbær. Alugar bicicleta é uma alternativa interessante para  locomoção. A melhor forma de conhecer Reykjavík é flanar pelas ruas  parecidas, que se tornam únicas a cada estátua ou grafite inesperado. 

A região portuária é uma pérola a ser descoberta. Saia à beira-mar e aproveite para perder a noção do tempo esperando o Sol se pôr, o que, dependendo da época, pode nunca acontecer. Nos dias próximos ao solstício de Verão (21 de junho), o astro rei encosta no mar radiante e pouco tempo depois ergue-se novamente, uma cena difícil de esquecer.

Escolher ver o sol da meia-noite tem como desvantagem eliminar todas as possibilidades de assistir à aurora boreal, fenômeno pelo qual vale a pena voltar no Inverno. Mas isso aí, já é assunto pra outra matéria. Perlan: complexo cultural com restaurante panorâmico (Foto: Island Stofa/Divulgação)Cara ou coroa?Króna ou Coroa islandesa é a moeda nacional. R$ 1 equivale a ISK 35 (cotação aproximada em 9/6/2016). Com esse valor, você não compra nem uma bala. No bar, uma cerveja long neck sai por  ISK 900. Já uma refeição simples (prato principal) custa em média ISK 3 mil. O McDonald’s não vai salvar seu orçamento. O país não tem a rede de fast food. O cachorro-quente completo (incluindo cebola frita) é uma opção deliciosa e barata (ISK 400).

Voar altoNão é necessário visto para entrar em território islandês. Atualmente, mais de 20 companhias operam voos diretos de cidades como  Londres, Frankfurt, Paris, Madri, Copenhague e Estocolmo. Outra opção é ir pelos Estados Unidos (Nova York, Boston, Washington e Seattle). O aeroporto internacional fica na cidade de Keflavík, a 50 km do centro de Reykjavík. Airport Express e Flybus fazem o transfer por cerca ISK 2.150.

TradiçãoOs islandeses têm muito orgulho da cultura e das sagas vikings. Em datas comemorativas que celebram o passado, como o Þorrablót (no Inverno), eles recitam poemas em nome do deus nórdico Thor e comem um prato feito com peixe, cabeça e sangue de ovelha. Tubarão fermentado por até seis meses é outra iguaria exótica. Ambas difíceis de encontrar no menu de restaurantes. Prove o Brennivín, aguardente nacional feita de batata fermentada.

Mala prontaApesar de temperaturas mais amenas e 24 horas de sol, é imprescindível levar agasalho, mesmo no Verão, pois o tempo pode mudar num piscar de olhos. Casacos impermeáveis são ideais, porque garoas são comuns. Por outro lado, não esqueça a roupa de banho. Você não vai querer perder a oportunidade de relaxar nas águas termais. Sapatos confortáveis, de preferência botas para trilha, também devem ter espaço garantido na bagagem.À esquerda o gêiser Strokkur, que atinge 30 metros e tem atividade entre 4 e 8 minutosÀ direita, o Blue Lagoon com spa de águas termais mais famoso do país (Foto: Island Stofa/Divulgação)Na capitalHallsgrímskrikjaCom 75 m, a igreja pode ser vista de qualquer ponto. Por ISK 900, pegue o elevador e suba a torre, de onde se tem uma vista em 360°. Outro destaque do templo luterano é um órgão de 15 m de altura e 5.275 canos. Programe a visita para dias de concertos e apresentações. Na frente da catedral, repare na estátua de Leif Eiríksson, islandês que descobriu a América 500 anos antes de Colombo. Atravessando a rua, visite o Museu Einar Jónsson, dedicado ao maior escultor do país.

PerlanA Pérola é uma cúpula de vidro futurista, com vista panorâmica. Possui um café, loja de souvenir, exposições e um museu sobre a história da islândia e dos vikings. O último andar gira em torno de si a cada duas horas, mas só é acessível para quem vai jantar no restaurante.

PiscinasReykjavík tem sete complexos de piscinas (ISK 900, a entrada), onde a água pode chegar a até 44°C.

MuseusDos tradicionais aos excêntricos, como o Museu do Pênis (Redursafnið, 280 com pênis de 90 espécies). Vá ao Museu Nacional da Islândia (Þjóðminjasafn Íslands) e ao Museu Árbær, que vai te fazer viajar até o início do século XX, quando os islandeses viviam em casas de turfa, feitas de pedras e grama. Harpa, centro multicultural cuja arquitetura se destaca na paisagem urbanaAo fundo, a torre da Hallsgrímskrikja, igreja mais alta do país (Foto: Island Stofa/Divulgação)Pertinho de láBlue LagoonO spa geotérmico tem suas águas aquecidas a 40°C pelo magma vulcânico. A concentração de algas, sais minerais e lama de sílica fina combate o envelhecimento. O tíquete básico sai por ISK 7 mil. Por ISK 12 mil, o premium inclui toalha, roupão, máscara de algas e um drinque. Como a Lagoa Azul fica a 39 km da capital, na direção do aeroporto internacional, é interessante inclui-la no roteiro de chegada ou de partida.

Golden CircleUm cinturão de 300 km com saída e chegada em Reykjavík mostra a surpreendente natureza do país: Haukadalur, área geotérmica com os gêiseres Strokkur e Geysir; Gullfoss, a cachoeira dourada; e o Parque Nacional Þingvellir, onde as placas tectônicas da América do Norte e da Eurásia se encontram. É possível mergulhar entre os dois continentes, que se afastam alguns centímetros a cada ano.