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Larissa Almeida
Publicado em 11 de julho de 2025 às 14:30
A Igreja Basílica Santuário do Bonfim levou adiante o projeto de um columbário, anunciado em outubro do ano passado, e contou, na manhã desta sexta-feira (11), mais detalhes sobre o local que servirá para depositar as cinzas de entes queridos no templo religioso. Dentre as informações, foi divulgado o preço das urnas, que custam a partir de R$ 8 mil. >
De acordo com Marcelo Sacramento de Araújo, presidente da Devoção do Senhor do Bonfim, serão disponibilizadas mil urnas, inicialmente, para depósito de cinzas. O objetivo é que, ao confiarem as últimas lembranças da matéria de um falecido, os compradores garantam a 'eternidade' da pessoa querida.>
"As urnas serão colocadas em quatro pequenas caixas contendo essas cinzas e haverá todo um trabalho de acolhimento. As pessoas receberão um acompanhamento moderno sobre data de aniversário do ente querido e datas-chave do tempo que as cinzas estão na igreja, podendo ser feitas orações e homenagens ", afirma Marcelo Sacramento.>
O columbário funcionará no primeiro andar da Basílica, onde hoje funciona o Museu do Bonfim. O museu será deslocado para o prédio da Devoção do Senhor do Bonfim, que fica ao lado da Basílica, e passará por uma ampliação.>
Idealizada pelo reitor da Basílica, Padre Edson Menezes, a iniciativa de propor um local alternativo ao cemitério como local de memória de pessoas que já partiram foi avaliada durante o Congresso Brasileiro de Santuários, quando foi descoberto pelos baianos que apenas uma igreja em Santa Catarina e outra na Espanha oferecem o serviço. No Brasil, outro lugar onde funciona um columbário é no Cristo Redentor, no Rio de Janeiro.>
"Nós buscamos a parceria com a empresa Autua, que dominam toda a tecnologia do e-commerce e da relação espiritual. Serão vendidos boxes, que são caixinhas de madeira individuais com até quatro unidades para as cinzas, que se encaixam simetricamente. Na caixa, são disponibilizados quatro QR Codes para cada ente querido cujas cinzas foram depositadas ali", detalha.>
Ao acessar o QR Code no celular ou em qualquer dispositivo que leia o código, a pessoa poderá consultar a biografia da pessoa falecida, recurso que é visto por Marcelo como promotor da memória, sobretudo a familiar. "Um bisneto, daqui a 60 anos, vai chegar no columbário, colocar o celular no QR Code e saber da história da vida do bisavô dele, bem como fotos de eventos, casamentos e tantas outras", aponta.>
As vendas começam a partir do dia 1° de agosto, em canal ainda a ser divulgado pela Basílica. As urnas custam a partir de R$ 8 mil, sendo que a única variante de preço é a posição que cada caixa vai ocupar no columbário. Há condições especiais de pagamento, com parcelamento de até 12 vezes. Além disso, será cobrada uma taxa anual de manutenção, com valor a definir, mas que deverá custar em torno de meio salário mínimo.>
Além do columbário, a Igreja do Bonfim conseguiu a reintegração dos 4 mil metros de área da ladeira que conduz fiéis à Colina Sagrada. Com a volta desse espaço para o sítio histórico, resultado de uma negociação com o antigo proprietário, a Irmandade pretende ampliar a atividade nos arredores.>
Igreja do Bonfim é cenário de lavagem histórica
Já em fase de pesquisa em parceria com a Universidade Federal da Bahia (Ufba), está sendo avaliada a criação de um Centro de Artes Regional e de outras medidas para posicionar a localidade como um dos principais centros de turismo religioso do Brasil e do mundo. Até dezembro, mais informações sobre prospecção do projeto devem ser divulgadas.>
"Nós pensamos em fazer ali um centro de irradiação da cultura baiana e regional, tirando crianças e adolescentes das ruas, das drogas e da criminalidade, e fazer com que eles se encontrem com a arte. [...] Queremos que esse sítio histórico seja ainda mais representativo e que o turista, ao chegar em Salvador, tenha que ficar pelo menos dois turnos ou um dia no Bonfim", finaliza Marcelo Sacramento.>