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Wendel de Novais
Publicado em 8 de outubro de 2025 às 08:45
O uso das câmeras corporais de policiais na Bahia virou alvo de uma recomendação de correção do Ministério Público da Bahia (MP-BA) para a Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA) e os comandos das Polícias Civil e Militar. >
O motivo é da recomendação, publicada nesta quarta-feira (8) no Diário da Justiça, é a subutilização dos equipamentos, já que o órgão constatou que apenas 7,5% das câmeras estavam sendo usadas nas vistorias feitas nos últimos dois meses na Bahia. >
De acordo com MP-BA, as vistorias aconteceram em unidades das Polícias Militar e Civil e do Departamento de Polícia Técnica (DPT), onde foi notada a ausência de controle sobre a forma do uso das câmeras. >
“De um total de 1.263 câmeras distribuídas, conforme dado da SSP, apenas 7,5% (95) estavam sendo efetivamente utilizadas no momento das vistorias. Foram inspecionadas 15 unidades policiais contempladas com os dispositivos”, informou o órgão. >
Outros pontos identificados pelo MP-BA foram o critério utilizado para disponibilização das câmeras e regras de compartilhamento que dificultam a utilização das imagens pelos atores do Sistema de Justiça. >
Letalidade como critério >
Câmeras corporais de policiais na Bahia
O MPBA recomendou à SSP que, em vez de priorizar as unidades policiais com maior quantidade de atendimentos pelo Disque 190, a distribuição das câmeras considere as lotações com maiores índices de letalidade policial dos últimos 12 meses. >
Segundo estudo do Centro de Apoio Operacional de Segurança Pública (Ceosp) do MPBA, as unidades mais letais atualmente são as Companhias Independentes de Policiamento Tático – Rondas Especiais (Rondesp) do Recôncavo, Extremo Sul, Atlântico, Baía de Todos os Santos e o 19º Batalhão de Polícia Militar de Jequié. Nenhuma delas utiliza as câmeras. >
Quanto ao compartilhamento das gravações, foi recomendada a revisão das regras para permitir o envio direto dos arquivos às autoridades competentes e a criação de um fluxo automático de envio em casos de prisões em flagrante. >
Ao Comando-Geral e à Corregedoria-Geral da Polícia Militar, recomendou-se que fiscalizem o uso efetivo das câmeras nas unidades, com inspeções regulares e instauração de procedimentos disciplinares em caso de descumprimento. À Polícia Civil, orientou-se a realocação das câmeras disponíveis para unidades de campo, com índices mais altos de letalidade, além da exigência de uso efetivo dos equipamentos e da capacitação dos agentes. >
Já ao Departamento de Polícia Técnica (DPT), foi recomendado garantir a plena utilização das câmeras por todos os peritos em atendimentos de ocorrências, com criação de mecanismos de controle e rotinas de fiscalização. >
A recomendação é direcionada ainda a comandos de companhias e batalhões da Polícia Militar que já utilizam os dispositivos, com orientações específicas para correção de procedimentos operacionais, melhoria de infraestrutura e intensificação da capacitação dos policiais. >