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Monique Lobo
Publicado em 4 de agosto de 2025 às 20:35
O presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), Carlos Henrique Passos, se reuniu com representantes dos setores produtivos do estado e o vice-presidente do país, Geraldo Alckmin (PSB), também ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, nesta segunda-feira (4), para discutir medidas que possam reduzir o impacto da tarifa comercial de 50% imposta pelos Estados Unidos a produtos brasileiros, em especial os produzidos na Bahia. O governador Jerônimo Rodrigues (PT) também participou da reunião. >
A inclusão de produtos baianos na lista de exceção e a adoção, junto ao Governo Federal, de crédito diferenciado e devolução de créditos de ICMS para alguns setores mais duramente prejudicados estiveram na pauta do encontro. As exportações baianas ao mercado dos Estados Unidos representam atualmente 8,3% do total do estado, com destaque para produtos como celulose, derivados de cacau e pneus. No primeiro semestre de 2025, a Bahia exportou mais de U$S 45 milhões em manteiga, gordura e óleo de cacau para o país norte-americano. >
Participando de maneira remota, Alckmin disse que é preciso que o governo e o setor privado trabalhem juntos pela exclusão de mais setores e a redução das alíquotas. Ele também adiantou novas medidas que devem ser anunciadas pelo presidente Lula (PT), nos próximos dias, em apoio ao emprego, à produção e às empresas mais atingidas. >
De acordo com o governador Jerônimo Rodrigues, foi apresentado um documento com propostas a Alckmin. “Nessa reunião, ele apresentou a expectativa do Governo Federal ainda em retirada de outros produtos. Então, vamos trabalhar para que esses produtos que impactam na Bahia possam ser retirados da lista”, explicou.>
De acordo com dados da Fieb, mesmo com a lista que excluiu 694 produtos brasileiros da taxação de 50%, as exportações baianas continuam sendo duramente afetadas e representam 332 dos 389 produtos sujeitos a sobretaxas. Além disso, estima-se uma perda de até R$ 1,3 bilhão na economia estadual (0,27% do PIB), com o risco de aumento da ociosidade industrial e ameaça indireta a empregos em polos como Camaçari, Candeias, Campo Formoso, Feira de Santana, Ilhéus, Jequié, Itapetinga, Vitória da Conquista, Eunápolis, Nova Soure, Brumado e Maracás, entre outros, onde setores industriais empregam cerca de 211 mil trabalhadores.>
Para Carlos Henrique Passos, é importante o envolvimento do Estado e da União para que a economia baiana seja preservada. “Vamos buscar reduzir essa tarifa, através de negociação diplomática, do envolvimento do comercial, representada pelo Governo Federal. A outra, além da redução da tarifa, é a exclusão de mais produtos dessa medida”, completou.>