Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Elaine Sanoli
Wendel de Novais
Publicado em 23 de setembro de 2025 às 16:44
Foi preso na manhã desta terça-feira (23) um homem suspeito de crimes de abuso sexual infantojuvenil, na cidade de Sobradinho, no Vale São-Franciscano da Bahia. Ele é irmão da advogada Lilian Joic Silva Batista, investigada por fraude em ao menos 30 processos de benefícios previdenciários no oeste do estado. >
A prisão preventiva foi efetuada pela Polícia Federal (PF) durante a Operação Radícula, deflagrada como desdobramento da Operação Raízes de Papel. A análise de um celular apreendido revelou material de abuso sexual e conversas em que o homem preso nesta terça-feira tentava aliciar menores por meio de aplicativos de jogos. >
De acordo com as investigações, o suspeito mantinha conversas com menores e tentava ganhar a confiança da criança para ter algum tipo de relação ou obter imagens íntimas. Além disso, verificou-se que no celular do envolvido havia fotos de pessoas de sua convivência, cujo teor está sendo apurado pela Polícia Federal.>
“Na primeira fase da Operação Raízes, o irmão de Lilian foi um dos alvos de mandados de busca e apreensão. No material apreendido, foram identificadas imagens de abuso sexual infantil, o que resultou em sua prisão agora”, explicou uma fonte policial ouvida pelo CORREIO*.>
Além da prisão, foi cumprido um mandado de busca e apreensão. O preso foi encaminhado ao sistema prisional e está à disposição da Justiça. O material apreendido passará por análise, e o investigado poderá responder pelos crimes de abuso sexual infantojuvenil.>
A advogada Lilian Joic Silva Batista é investigada por fraude em ao menos 30 processos de benefícios previdenciários no oeste da Bahia. Ela virou alvo de uma nova operação da PF na manhã desta terça. Lilian foi localizada em um condomínio de luxo no Rio de Janeiro, para onde se mudou em março deste ano, no decorrer das investigações feitas contra o seu escritório em Juazeiro e Sobradinho.>
Veja quem é a advogada investigada pela PF
Além da advogada, a segunda fase da operação Raízes de Papel tem mais dois alvos. “Essa nova operação mira a advogada, um gerente do INSS investigado por facilitar a fraude aqui na Bahia e a empresa do marido dela lá no Rio de Janeiro. Chegamos a pedir a prisão da investigada, mas só o monitoramento eletrônico foi autorizado”, disse o policial consultado pelo CORREIO*.>
Além de usar tornozeleira eletrônica no Rio de Janeiro, a advogada teve que entregar o passaporte e está proibida de sair do país, entrar em agências do INSS e atuar em causas previdenciárias.>
Segundo a investigação, a advogada agiu, principalmente, na solicitação de auxílio de maternidade rural. Na fraude, entretanto, ela falsificava documentos que atestassem vínculo empregatício de clientes com empresas em que eles nunca trabalharam, lesando o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).>
"A investigada abordava mulheres grávidas e dizia que elas tinham direito ao benefício só pelo fato de ter filho. Esse auxílio é só para quem está trabalhando no âmbito rural. Por isso, ela, junto com o dono de uma fazenda, fraudava contratos de arrendamento para comprovar um vínculo de trabalho que era suficiente para a pessoa conseguir o benefício", contou um policial envolvido na investigação.>
Além de fraudar os processos, ela não repassava os valores do benefício, em torno de R$ 3 mil, para os clientes, que começaram a cobrá-la. >