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Wendel de Novais
Publicado em 25 de junho de 2025 às 07:46
Dois meses depois da prisão de um dos fundadores da facção MK, que tem atuação em Camaçari e na Região Metropolitana (RMS), o outro traficante responsável pela criação do grupo criminoso foi preso em operação na noite de terça-feira (24). Assim como o seu principal comparsa, Marivan Elias da Silva, que é conhecido pelo vulgo de Kila, foi localizado em um condomínio de luxo. Ele, no entanto, estava em Fortaleza. >
O traficante tinha mandados de prisão por homicídio qualificado, além de investigações em curso por outros crimes contra a vida cometidos por integrantes da facção MK, que tem sigla referente aos seus líderes Meiquinho e Kila. Um dos crimes pelo qual os dois foram denunciados é um duplo homicídio cometido contra Keven Silva Moreira e Isaque Santos da Silva. >
Os dois foram sequestrados, torturados e mortos em 2021, de acordo com denúncia contra os líderes e outros integrantes da MK. No caso, as vítimas foram levadas para um local de armazenamento drogas e armas da facção, onde sofreram agressões, tortura e acabaram mortos a tiros. Os dois foram encontrados nas imediações da rotatória da Ford, próximo ao Parque das Palmeiras. >
"O crime foi praticado por motivo fútil, já que se concretizou pela subtração de uma bicicleta, fato praticado pelas vítimas, em região em que os acusados detinham o controle do tráfico de drogas, e com emprego de meio cruel, visto que os ofendidos foram capturados, levados a local ermo, torturados e posteriormente mortos”, apontou o inquérito policial que antecedeu a denúncia. >
Por conta desse e outros crimes, Kila, Meiquinho e Dom, que era o principal executor das ações violentas da facção, entraram, em novembro do ano passado, para o Baralho do Crime da Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia (SSP-BA), lista dos criminosos mais procurados do estado. >
Veja quem são os traficantes da facção MK
Três prisões em três meses >
A prisão de Kila faz com que a polícia alcance os três criminosos em um período de três meses, em situações parecidas. Isso porque João Ivan Oliveira Rodrigues, 32 anos, o Meiquinho, foi localizado e preso em Campina Grande, na Paraíba, em abril. Onde vivia, o traficante "mantinha uma rotina discreta, longe do território baiano, porém cercado de conforto e ostentação". Meiquinho usava identidade falsa e foi marcado como Valete de Espadas, símbolo destinado a criminosos de "alta periculosidade". >
Já em maio, foi a vez de Jonathan Santana Valverde, o Dom, ser preso na cidade de Barra de São Miguel, em Alagoas, a cerca de 500 km de Camaçari, em uma operação da Polícia Civil da Bahia e do Departamento de Homicídios de Alagoas. Conhecido pelas ações de absoluta violência, o traficante estava em um resort quando foi alcançado pelos policiais. >
“Ele é o sanguinário da facção. Casos de mortes brutais são investigados com ação dele. Se era para matar alguém, com ele, não tinha qualquer cerimônia. Absolutamente perigoso e violento”, contou um policial, sem se identificar. Um dos crimes cometidos pelo traficante teve como vítima o o motorista de aplicativo Rodrigo Costa Araújo. >
O corpo da vítima foi encontrado carbonizado por familiares, na madrugada do dia 3 de março, dentro do carro em que Rodrigo trabalhava. No entanto, a investigação policial mostrou que a vítima teria sido queimada depois de morta. A motivação do crime seria o fato de Dom acreditar que Rodrigo tinha furtado drogas da MK e, por isso, atraiu a vítima alegando que teria corrida no local onde ele pôde praticar o crime, configurando uma ação de emboscada. >