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Carol Neves
Publicado em 18 de novembro de 2025 às 10:30
O patrimônio de Carlos Bolsonaro (PL-RJ), declarado à Justiça Eleitoral, chega a quase R$ 2 milhões e chama a atenção pela diversificação internacional e em criptomoedas. A declaração final, retificada após questionamentos, revela que o vereador mantém R$ 287,5 mil em contas nos Estados Unidos e uma carteira de ações que inclui gigantes como Coca-Cola e McDonald's. Além disso, Carlos Bolsonaro declarou R$ 13 mil em Bitcoin e R$ 15 mil em espécie.>
A maior parte de sua fortuna, de R$ 528 mil, está aplicada em renda fixa. O vereador também listou dois apartamentos (somando R$ 265 mil), três veículos (R$ 102 mil) e participação em empresas, incluindo a W.F Advisory, que havia sido omitida em uma versão anterior da declaração.>
Carlos e Jair Bolsonaro
Segundo reportagem do NDMais, a transparência sobre esse patrimônio só veio após uma revisão. A primeira declaração de 2024 apontava um valor total de apenas R$ 687 mil - inferior aos R$ 1,25 milhão que ele recebeu pela venda de dois imóveis. A omissão da empresa W.F Advisory e a subavaliação dos bens forçaram uma retificação, que elevou o patrimônio declarado para R$ 1.982.689,43. Com a correção, o valor declarado saltou para quase três vezes o montante original.>
O vereador tem intenção de sair candidato ao Senado Federal por Santa Catarina no ano que vem.>
Suspeita de 'rachadinha'>
Essas movimentações financeiras despertaram a atenção do Ministário Público do Rio de Janeiro (MPRJ). A suspeita se baseava em operações imobiliárias com uso de grandes quantias em espécie, como a compra de um apartamento na Tijuca por R$ 150 mil em dinheiro vivo. Um caso detalhado na apuração envolveu a aquisição de um imóvel em Copacabana por R$ 70 mil; documentos do MP indicavam que Carlos acessou um cofre conjunto com o irmão, Flávio Bolsonaro, horas antes de um depósito de R$ 60 mil em espécie ser feito na conta do vendedor.>
Em setembro de 2024, o MPRJ pediu o arquivamento das investigações contra Carlos Bolsonaro por falta de provas para conectá-lo a um crime-fonte. Contudo, na mesma decisão, a Promotoria denunciou sete de seus ex-assessores por peculato (desvio de salários) e lavagem de dinheiro. A acusação descreve um esquema de 16 anos de duração (2005 a 2021) que operava com "funcionários fantasmas" coagidos a devolver parte de seus vencimentos. Dados da folha de pagamento da Câmara do Rio mostram que cinco dos sete denunciados, incluindo o chefe de gabinete Jorge Luiz Fernandes - apontado como operador financeiro do esquema -, continuam no gabinete do vereador.>