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Carol Neves
Publicado em 13 de novembro de 2025 às 08:15
Em novembro de 2011, a então adolescente Nayara Rodrigues recebeu um presente do craque Alexandre Pato, então jogador do Milan: uma camisa autografada, que ela agora vai emoldurar. “Ela não vai usar não, está autografada”, disse na ocasião mãe de Nayara, Andreia de Araújo, ao G1. >
Na época, Nayara ainda estava internada no hospital em Santo André, no ABC, após ser atingida por um tiro no rosto disparado por Lindemberg Alves, ex-namorado de sua amiga Eloá Pimentel. Durante o sequestro, as duas foram mantidas reféns, e Eloá morreu com um tiro na cabeça.>
Eloá e Nayara
“Foi na madrugada da sexta-feira para o sábado, eu tinha acabado de fazer a cirurgia”, relembra Nayara em entrevista ao Fantástico. “Um monte de gente veio me visitar, e alguém me perguntou se eu tinha um sonho. A primeira coisa que me veio à cabeça foi conhecer Alexandre Pato.”>
O pai do jogador contou a Pato sobre o desejo da adolescente, e, do apartamento em Milão, o craque enviou a camisa com a mensagem: “Para uma pessoa muito especial, Nayara, uma lembrança do amigo Pato”. Ao receber o presente, Nayara vestiu a camisa e agradeceu ao jogador.>
Anos depois, a atitude de Nayara passou a ser criticada pela família de Eloá. Cintia Pimentel, cunhada da jovem morta, afirmou em outubro desse ano: “Enquanto a família assimilava o ocorrido sem entender exatamente o que havia acontecido lá dentro do cativeiro, a então amiga estava pedindo para conhecer o jogador Pato, o Caio Castro e os bastidores de Malhação.”>
“Ninguém está desmerecendo ou minimizando o trauma de uma adolescente, mas não é justo com os próprios amigos que alguém carregue um título, se ela, a família e todos os amigos próximos sabem que não condiz”, acrescentou Cintia, que respondeu a um comentário sinalizando que talvez Eloá e Nayara não fossem tão amigas assim.>
O caso voltou à tona com o lançamento do documentário sobre o Caso Eloá na Netflix. O filme traz depoimentos dos pais e irmãos de Eloá, além de jornalistas envolvidos na cobertura e policiais. Um dos reféns que foi liberado também foi ouvido. A sobrevivente Nayara não está entre os entrevistados. A jovem leva hoje uma vida discreta e evita a imprensa. >