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Carol Neves
Publicado em 12 de novembro de 2025 às 15:00
O documentário da Netflix “Caso Eloá - Refém ao Vivo”, que estreou na Netflix nesta quarta (12), revisita o sequestro e morte de Eloá Cristina Pimentel, em 2008, na Grande São Paulo. Durante o cativeiro, a amiga de Eloá, Nayara Rodrigues, foi atingida por um tiro no rosto ao retornar ao apartamento sob orientação da polícia, em uma ação muito criticada por especialistas em segurança.>
Durante quase cinco dias, Eloá foi mantida refém pelo ex-namorado em Santo André. A amiga Nayara, que chegou a ser liberada, voltou ao apartamento por orientação policial para tentar negociar a libertação de Eloá e acabou sendo feita refém novamente. No dia que os policiais invadiram o local, Eloá foi morta com um tiro na cabeça. Nayara foi baleada no rosto, sofreu fratura de ossos da face e precisou de cirurgia e tratamento, mas sobreviveu.>
Eloá e Nayara
Por conta do ferimento sofrido no cativeiro, a família de Nayara entrou com ação judicial contra o Estado. Em 2018, o Tribunal de Justiça de São Paulo reconheceu que a intervenção policial contribuiu diretamente para que Nayara retornasse ao apartamento do sequestrador e fosse ferida. O Estado foi condenado a pagar R$ 150 mil em indenização por danos morais, materiais e estéticos. De acordo com o acórdão, “ficou claro que Nayara somente voltou ao cativeiro e acabou sendo lesionada em razão da conduta equivocada dos policiais militares que a levaram de volta ao local do crime”.>
A família de Eloá também foi à Justiça, mas o desfecho foi diferente. O pedido de indenização foi negado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo em dezembro de 2016. Segundo a decisãoo, não ficou comprovado que a entrada da polícia, no momento da ação, tenha sido “ato omissivo ou negligente” que justificasse a responsabilização do Estado como causa direta da morte de Eloá - ou seja, o juiz entendeu que não havia “indícios de que o agressor iria libertar a adolescente”.>
Depois do crime, Nayara passou a levar uma vida discreta. Ela se formou em engenharia e não costuma das entrevistas. A jovem também se afastou da família da amiga Eloá. >
O documentário da Netflix traz “trechos nunca antes divulgados” do diário de Eloá e depoimentos inéditos do irmão Douglas Pimentel e da amiga Grazieli Oliveira. A obra também reúne entrevistas de jornalistas e autoridades que acompanharam o processo, com o objetivo de revisar o caso ocorrido em 2008 sob novas perspectivas>