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Maysa Polcri
Publicado em 22 de novembro de 2025 às 17:21
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) confessou que utilizou um ferro de solda para abrir a tornozeleira eletrônica utilizada por ele, na madrugada deste sábado (22), segundo vídeo divulgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Ele foi preso no início da manhã por decisão do ministro Alexandre de Moraes após agentes de segurança constatarem que a tornozeleira estava queimada.>
A decisão foi tomada após a Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape) encaminhar ao STF um relatório técnico e um vídeo que mostram o equipamento danificado. >
Vídeo mostra tornozeleira de Bolsonaro após violação com ferro quente
O ministro Alexandre de Moraes deu prazo de 24 horas para que a defesa do ex-presidente se manifeste sobre a violação da tornozeleira eletrônica utilizada por ele no cumprimento da prisão domiciliar. A violação é um dos motivos para a prisão preventiva.>
O memorando do Centro Integrado de Monitoração Eletrônica (Cime), anexado aos autos, relata que o sistema registrou um alerta de violação às 0h07 deste sábado (22).>
A equipe de escolta foi acionada imediatamente e, ao chegar à residência de Bolsonaro, constatou que o equipamento apresentava “marcas de queimadura em toda sua circunferência” e sinais de tentativa de abertura do ponto de fechamento. >
Bolsonaro afirma, no vídeo, ter usado um ferro de solda para tentar abrir a tornozeleira. "Eu meti ferro quente aí. Curiosidade", afirma após ser questionado por uma policial. A pulseira não apresentava danos, mas o dispositivo precisou ser substituído. Ele foi preso horas depois. >
Alexandre de Moraes decidiu retirar o sigilo do vídeo e do relatório após aliados do ex-presidente divulgarem que a violação teria sido motivada por falta de bateria do equipamento. "Em razão das diversas informações errôneas que vêm sendo divulgadas sobre a violação da tornozeleira eletrônica, o ministro retirou o sigilo do despacho, do relatório técnico e do vídeo", afirma o STF, em nota.
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A ordem de prisão preventiva contra Bolsonaro foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), neste sábado (22). O motivo apontado na decisão é a convocação de uma vigília de apoiadores, liderada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), em frente à residência do ex-presidente em Brasília. Bolsonaro também teria tentado remover a tornozeleira eletrônica e tinha risco de fuga, na avaliação do ministro.>
Moraes justificou a medida com base no “risco para a vida de terceiros e para a própria integridade” de Bolsonaro, caso a manifestação escalasse. A prisão preventiva ainda não representa o cumprimento da pena imposta a ele - a decisão é cautelar, para garantir a ordem pública. >
Na tarde deste sábado (22), o senador Flávio Bolsonaro reagiu à prisão preventiva do pai Jair Bolsonaro (PL) em uma live. Em tom de revolta, o filho do ex-presidente disse que Bolsonaro é alvo de perseguição religiosa e política, leu a Bíblia e pediu orações aos apoiadores.>