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Bolsonaro tentou romper tornozeleira, diz Moraes em decisão que determinou prisão

STF aponta risco de fuga, uso político de vigília convocada por Flávio Bolsonaro e repetição de estratégia golpista

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 22 de novembro de 2025 às 08:46

Jair Bolsonaro
Jair Bolsonaro Crédito: Igo Estrela/Metrópoles @igoestrela

Uma tentativa de Jair Bolsonaro de romper a tornozeleira eletrônica durante a madrugada deste sábado (22) foi um dos elementos decisivos que levaram o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a converter a prisão domiciliar em prisão preventiva. O equipamento registrou violação às 0h08, segundo o Centro de Monitoramento do Distrito Federal - sinal, para o ministro, de que o ex-presidente pretendia fugir “facilitado pela confusão” gerada por apoiadores. Bolsonaro foi preso e levado para uma sala da Polícia Federal.

A decisão, tomada poucas horas antes do amanhecer, afirma que a ruptura da tornozeleira se soma a uma “estratégia de fuga do distrito da culpa” em meio à proximidade do trânsito em julgado da condenação de Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão pelos crimes ligados à tentativa de golpe de Estado. A imprensa já noticiava que Bolsonaro deveria ser preso para iniciar cumprimento da pena em regime fechado na semana que vem.

Decisão de Alexandre de Moraes por Reprodução

Vigília convocada por Flávio Bolsonaro é tratada como manobra

No documento, Moraes aponta que a “vigília” marcada por Flávio Bolsonaro para a noite deste sábado, em frente ao condomínio onde o ex-presidente cumpria prisão domiciliar, foi planejada para criar tumulto, obstruir a fiscalização policial e abrir brecha para uma possível fuga.

O ministro transcreve trechos do vídeo do senador, que convoca apoiadores para “lutar”, fala em “trevas”, “ditadura”, “resgatar o Brasil” e acusa o STF de perseguir inocentes. Para o relator, o discurso repete o “modus operandi da organização criminosa” que atuou nos atos golpistas de 2022 e estimulou acampamentos ilegais em frente a quartéis.

A Polícia Federal, que pediu a prisão preventiva, alertou para o risco de o ato ganhar grande proporção e criou um cenário comparável ao que antecedeu o 8 de Janeiro. A PGR concordou com a reavaliação das medidas.

Risco de fuga para embaixadas e repetição de padrão entre aliados

O ministro também destacou que a casa de Bolsonaro fica a cerca de 13 quilômetros da Embaixada dos Estados Unidos, distância que pode ser percorrida em 15 minutos, e recordou que o ex-presidente já havia cogitado buscar asilo na Embaixada da Argentina durante a investigação que o levou à condenação.

A decisão afirma ainda que Alexandre Ramagem, também condenado, fugiu para os EUA; que Eduardo Bolsonaro e Carla Zambelli deixaram o país para evitar aplicação da lei penal; e que esse padrão, aliado à convocação de apoiadores, reforça o risco de fuga do ex-presidente.

Prisão preventiva substitui domiciliar

Moraes afirmou ter esgotado alternativas para manter Bolsonaro em prisão domiciliar - que incluíam monitoramento integral e escoltas - sem sucesso diante da escalada de descumprimentos. Por isso, determinou:

prisão preventiva imediata, a ser cumprida na Superintendência da Polícia Federal no DF;

audiência de custódia por videoconferência neste domingo (23), às 12h;

atendimento médico contínuo;

cancelamento de todas as visitas anteriormente autorizadas;

novas regras para visitas futuras, limitadas a advogados e profissionais de saúde, mediante autorização judicial.

O ministro determinou que a prisão fosse realizada sem algemas, sem exposição midiática e com respeito à dignidade do ex-presidente.

Moraes fala em “organização criminosa” e tentativa de “caos social”

O texto também eleva o tom político: chama o grupo liderado por Bolsonaro de “organização criminosa”, afirma que não há limites nas tentativas de provocar caos social, e diz que a democracia brasileira é madura para “afastar iniciativas ilegais” em defesa do ex-presidente.

A decisão será submetida a referendo da Primeira Turma do STF em sessão virtual extraordinária marcada para segunda-feira (24).

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Jair Bolsonaro