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Brasileira presa em Portugal por matar cinco filhos sedava e asfixiava as crianças

Antes de cometer os primeiros homicídios, ela já tinha atentado contra vida dos filhos

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 8 de agosto de 2025 às 10:23

Gisele Oliveira está presa em Portugal e pode ser deportada para o Brasil
Gisele Oliveira está presa em Portugal e pode ser deportada para o Brasil Crédito: Reprodução

A Polícia Civil de Minas Gerais detalhou nesta quinta-feira (8) o avanço das investigações contra Gisele Oliveira, de 40 anos, presa no início da semana em Portugal. Suspeita de ter matado cinco de seus sete filhos biológicos entre 2010 e 2023, a mulher agora é formalmente investigada por cinco homicídios qualificados e duas tentativas de homicídio. A extradição da brasileira está em andamento para que ela possa ser ouvida e o inquérito seja concluído no Brasil.

Durante coletiva realizada em Ipatinga, as delegadas Valdimara Teixeira de Paula Fernandes e Talita Martins Soares esclareceram pontos importantes do caso. Segundo Valdimara, as mortes seguiram um padrão identificado ao longo das investigações: Gisele sedava os filhos com medicamentos antes de asfixiá-los. “Concluímos, no decorrer das investigações, depois de dezenas de depoimentos e muitos prontuários analisados, que a redução da consciência foi feita por meio de sedativos”, afirmou a delegada, segundo o Estado de Minas.

De acordo com a polícia, a primeira tentativa de homicídio teria ocorrido em 2008, quando Gisele teria colocado um medicamento usado para piolhos na mamadeira de seu filho mais velho, que sobreviveu após atendimento médico. Já o primeiro homicídio consumado ocorreu dois anos depois. Uma necropsia realizada em um bebê de 10 meses revelou intoxicação por uma alta dose de antidepressivo como causa da morte.

A partir de 2019, duas novas mortes aconteceram em um intervalo de dois meses, mas não foram sequer registradas em boletins de ocorrência. O caso só começou a ser investigado de forma mais profunda em 2023, quando a quinta morte levantou suspeitas no hospital que atendeu a criança. A denúncia que deu início ao inquérito partiu de uma tia das crianças, e não da avó materna, como chegou a ser divulgado. A tia teria ido ao hospital junto com a criança e alertado os profissionais de saúde: “já é a quinta morte na família”. O hospital acionou a polícia, que imediatamente abriu investigação.

A partir daí, a polícia conectou todas as mortes anteriores e solicitou a prisão preventiva da suspeita, que já havia sido ouvida no inquérito sobre as mortes de 2010. Após ser intimada para depor, Gisele fugiu e foi localizada apenas agora, em Portugal, onde foi presa na última terça-feira (6).

A delegada Valdimara destacou que a mãe não era a cuidadora principal das crianças e que os familiares relataram mudanças no comportamento dos filhos após passarem períodos com ela. “Todas as crianças eram saudáveis. Os familiares relatam que as crianças passavam um tempo na casa dela e, quando voltavam, estavam diferentes. Há vídeos que mostram as crianças prostradas”, disse.

O filho mais velho, vítima da tentativa de envenenamento em 2008, prestou depoimento e teve papel crucial na investigação. Ele contou que, mesmo depois, a mãe continuava tentando medicá-lo, mas ele passou a cuspir os remédios. Em outro episódio, ela teria tentado convencer outra criança a assumir a culpa pelo remédio na mamadeira.

A mulher também é suspeita de tentar matar o próprio marido em 2022. Ele foi internado com sintomas de intoxicação, mas se recuperou.

Em entrevista ao jornal português Correio da Manhã, uma das irmãs de Gisele, Kiara Ayala, afirmou que acredita na possível participação de terceiros nas mortes. “Graças a Deus, conseguimos o primeiro passo: uma justiça pelos meninos que morreram há 10 e 15 anos. Tivemos que conviver com a dúvida por muitos anos, angústias e medos”, declarou.