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Tharsila Prates
Publicado em 12 de agosto de 2025 às 19:04
O auditor fiscal Artur Gomes da Silva Neto, preso na Operação Ícaro do Ministério Público de São Paulo nesta terça-feira (12), teria recebido mais de R$ 1 bilhão em propina com o esquema de corrupção envolvendo agentes tributários lotados no Departamento de Fiscalização da Secretaria de Estado da Fazenda.>
A mãe dele, inclusive, alcançou uma evolução patrimonial de cerca de 5 mil vezes em dois anos, de acordo o MP paulista. A professora de 76 anos atuaria como laranja do filho, por meio da empresa Smart Tax Consultoria e Auditoria Tributária.>
A operação terminou também com a prisão do dono da Ultrafarma, Sidney Oliveira, e do diretor da Fast Shop Mario Otávio Gomes. A propina de Artur viria dessas duas empresas em troca da facilitação no ressarcimento de créditos de ICMS.>
Os agentes do Grupo de Atuação Especial de Repressão aos Delitos Econômicos (Gedec), com apoio da Polícia Militar, apreenderam cerca de R$ 1,8 milhão em dinheiro vivo, R$ 10 milhões em criptomoedas, além de relógios e pedras preciosas cujo valor ainda não foi calculado pelos investigadores.>
Foram cumpridos três mandados de prisão temporária, incluindo o do fiscal Artur Gomes da Silva Neto, apontado como o principal operador do esquema, e os dos dois empresários, sócios das empresas beneficiadas com decisões fiscais irregulares - tanto a Ultrafarma quanto a Fast Shop. Além das prisões, os agentes deram cumprimento a diversos mandados de busca e apreensão em endereços residenciais dos alvos e nas sedes das empresas investigadas, onde foram realizadas as apreensões.
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De acordo com a apuração do MP, o fiscal manipulava processos administrativos para facilitar a quitação de créditos tributários às empresas. Em contrapartida, recebia pagamentos mensais de propina por meio de uma empresa registrada em nome de sua mãe. Nesse processo, foi constatado que o fiscal já recebeu, até o momento, mais de R$ 1 bilhão em propina.>
A operação do Gedec é fruto de meses de trabalho investigativo, com análise de documentos, quebras de sigilo e interceptações autorizadas pela Justiça. Os investigados poderão responder pelos crimes de corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro. As diligências seguem em andamento.>