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Monique Lobo
Publicado em 16 de abril de 2025 às 18:02
O comércio eletrônico registrou aumento no número de fraudes no último ano, é o que aponta o Mapa da Identidade e da Fraude, realizado pela Caf. O segmento registrou um acrésimo de 1,08% na taxa de fraudes no país, em 2024, comparado ao ano anterior. Foi também o maior índice desde o início da medição, em 2021. >
Outros setores, como o de mobilidade, que ficou com 0,99%, e o de apostas online, com 1,04%, registraram queda comparados a 2023. >
O levantamento também revelou que, em 2024, 1,24% das transações realizadas no país foram fraudulentas. O estado do Pará foi o que registrou o maior número de fraudes, com 2,01% das transações sendo deste tipo. Apesar do número, o estado teve uma redução em relação ao ano anterior, quando alcançou 3,32%. >
Do outro lado do ranking está o Rio Grande do Sul, que teve o menor índice, com 0,7%. Entre as regiões, a Sudeste teve o maior número de transações fraudelentas, com 41,43% do total do país. O estudo, no entanto, mostra que houve queda de 0,23% nas tentativas de fraude no país em 2024. Segundo a análise, essa redução reflete avanços nas ferramentas antifraude e com a estabilização pós-pandemia, mas também evidencia disparidades regionais e setoriais que demandam atenção.>
Alvos dos criminosos>
A análise temporal da pesquisa revelou que as fraudes foram mais frequentes durante os dias úteis, com picos às terças e quartas-feiras com uma taxa de 1,32%. O horário comercial concentrou o maior volume de tentativas, especialmente às 15h com 8,42%. No entanto, a madrugada apresentou maior risco proporcional, com destaque para o horário entre meia-noite e 4h, quando a taxa chegou a 2,22%. “Esses dados reforçam a necessidade de estratégias antifraude adaptáveis às variações sazonais e diárias”, pontuou Marcelo Sousa, líder de produtos da Caf.>
As mulheres apresentaram uma taxa de tentativas de fraude mais alta de 1,81%, em comparação aos homens com 1,61%, embora a maioria dos casos absolutos tenha envolvido indivíduos do sexo masculino com 57,83%. Já em termos etários, pessoas acima dos 60 anos registraram a maior taxa proporcional de 2%, enquanto o maior volume absoluto concentrou-se entre os grupos de 24 a 44 anos.>
Para Marcelo Sousa, embora os números gerais indiquem avanços no combate às fraudes de identidade, desafios importantes permanecem. “A crescente complexidade das fraudes no comércio eletrônico e as disparidades regionais exigem estratégias mais robustas e integradas”, explicou. Ele destacou ainda que para 2025, espera-se que as empresas invistam ainda mais em tecnologias avançadas e colaborações intersetoriais para mitigar riscos e proteger consumidores em um cenário digital cada vez mais dinâmico.>
Confira medidas para aumentar a proteção contra fraudes: >
1. Esteja atento aos sinais de fraude - Criminosos frequentemente misturam dados reais e falsos para criar identidades fraudulentas. Por isso, desconfie de solicitações incomuns de informações pessoais ou financeiras e verifique sempre a procedência de sites e e-mails antes de realizar transações. >
2. Invista em autenticação robusta - A autenticação multifator é uma aliada poderosa contra acessos não autorizados. Complementar senhas tradicionais com biometria ou códigos enviados por SMS pode dificultar a ação de fraudadores. >
3. Atualize-se sobre novas ameaças - Golpistas estão constantemente inovando suas técnicas. Recentemente, por exemplo, dados de crianças têm sido usados para criar perfis falsos. Manter-se informado sobre essas práticas ajuda a identificar potenciais riscos com antecedência. >
4. Priorize soluções que conciliem segurança e experiência do usuário - Embora o reforço na segurança seja fundamental, é importante evitar que medidas excessivas prejudiquem os consumidores legítimos. Ferramentas como monitoramento de transações em tempo real podem oferecer proteção sem comprometer a usabilidade. >
5. Valide identidades com rigor - Para empresas, implementar sistemas confiáveis de verificação de identidade é crucial para garantir transações seguras e proteger tanto os negócios quanto os clientes.>