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Wendel de Novais
Publicado em 5 de dezembro de 2025 às 08:26
A família de um menino de 3 anos denuncia que ele foi declarado morto por um hospital particular do Recife, mas permaneceu vivo por aproximadamente cinco horas sem receber atendimento médico. Miguel, que tinha paralisia cerebral e utilizava sonda gástrica e traqueostomia, morreu apenas horas depois, já na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), de acordo com o g1.>
Segundo a mãe, Laís Lima, o garoto foi levado ao Hospital Infantil Mandacaru, no bairro do Torreão, na tarde de segunda-feira (1º), apresentando palidez e dificuldade para respirar. A unidade teria informado que a criança chegou em parada cardiorrespiratória e que as equipes tentaram reanimá-la por 26 minutos, sem sucesso. A família recebeu a notícia do suposto óbito mais de uma hora após a chegada ao local.>
Laís relata, porém, que ao ver o corpo do filho percebeu que ele ainda apresentava “gasps” — movimentos respiratórios curtos que podem ocorrer em quadros críticos. Imagens feitas pela família mostram que, mesmo envolvido em TNT e já passando por procedimentos de preparação do corpo, Miguel continuava com sinais vitais aparentes, como temperatura corporal preservada e coloração normal dos lábios.>
Miguel foi dado como morto em hospital
A mãe afirma que o menino permaneceu cerca de cinco horas nessa condição, sem que a equipe médica retomasse o atendimento. Só então, ele foi levado à UTI, onde permaneceu por mais oito horas, até morrer definitivamente. A unidade pertence ao grupo Hapvida, que declarou, em nota, que o paciente recebeu assistência imediata e todos os cuidados necessários conforme seu estado clínico.>
De acordo com a família, Miguel havia sido atendido no dia anterior em outra unidade, após apresentar febre e desconforto respiratório. Ele realizou exames, recebeu medicação e foi liberado. O menino era acompanhado em casa por uma equipe de home care fornecida pelo plano de saúde. Na segunda, diante da piora, uma fisioterapeuta que o atendia recomendou que ele fosse levado novamente ao hospital.>
A Polícia Civil abriu inquérito para apurar a conduta da equipe médica e esclarecer se houve negligência no atendimento.>