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Yan Inácio
Publicado em 9 de abril de 2025 às 20:46
Depois de desejar a morte do presidente Lula (PT) durante sessão na Câmara dos Deputados na terça-feira (9), o deputado Gilvan da Federal (PL) pode ser investigado. A Advocacia Geral da União (AGU), solicitou, ainda na noite de ontem, que a Polícia Federal e a Procuradoria Geral da República (PGR) apurem as declarações do parlamentar.>
As falas foram feitas em sessão que aprovou um projeto de lei que proíbe o uso de armas de fogo por agentes da segurança pessoal do presidente da República e dos ministros de Estado. “Eu quero mais que o Lula morra, quero que ele vá para o quinto dos infernos, é um direito meu”, disse GIlvan da Federal na ocasião.>
O documento da AGU argumenta que as declarações podem configurar os crimes de incitação ao crime e ameaça e também questiona se a atitude do deputado excedeu os limites da imunidade parlamentar. >
A AGU também determinou que um procedimento administrativo interno investigue o fato para que a integridade das instituições republicanas sejam mantidas salvaguardadas. >
O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ) afirmou, nas redes sociais, que vai representar contra o deputado do PL no Conselho de Ética da Casa. “Eles querem matar o Lula”, escreveu Farias. Além disso, ele também afirmou que vai pedir medidas cautelares e solicitar uma investigação criminal contra Gilvan da Federal. >
Histórico violento>
Essa não é a primeira vez que o deputado protagoniza um caso de ofensas violentas em um ambiente parlamentar. Em 2021, quando era vereador de Vitória, capital do Espírito Santo, Gilvan da Federal se tornou réu por violência política de gênero e injúria racial por proferir impropérios contra a agora deputada estadual Camila Valadão (PSOL).>
Em plenário da Câmara Municipal de Vitória, Gilvan chamou a então colega de "assassina de crianças" e "satanista", além de mandar que ela calasse a boca. Segundo a denúncia, o ataque ocorreu porque Camila defendeu professores da rede pública municipal, também presentes, que estavam sendo atacados pelo atual deputado". O parlamentar ainda disse que os servidores deveriam ser demitidos por serem "comunistas marxistas" que passam "dever de casa LGBT" aos alunos.>
Já em 2024, o parlamentar trocou xingamentos com o senador Marcos do Val (Podemos) após sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Os políticos trocaram empurrões no Aeroporto Internacional de Vitória. >
“Gilvan tentou me agredir, demonstrando mais uma vez seu desrespeito e comportamento inadequado. É evidente que eles planejam essas situações para se promoverem nas redes sociais”, disse Marcos do Val na época.>