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Agência Correio
Publicado em 8 de novembro de 2025 às 17:58
Um novo estudo revelou que 788 milhões de pessoas no mundo viviam com insuficiência renal em 2023. O número é quase o dobro dos 378 milhões registrados em 1990. O avanço acompanha o envelhecimento populacional e consolidou a doença renal crônica (DRC) como a nona principal causa de morte global, segundo análise conduzida por pesquisadores do NYU Langone Health, da Universidade de Glasgow (Escócia) e do Instituto de Métricas e Avaliação da Saúde (IHME), da Universidade de Washington (EUA).>
A insuficiência renal ocorre quando os rins perdem de forma gradual e irreversível a capacidade de filtrar resíduos e líquidos em excesso do sangue e eliminar esses resíduos do corpo. Nos estágios iniciais, os sintomas podem ser imperceptíveis, mas, em fases avançadas, o tratamento exige diálise, que é uma terapia de substituição renal ou transplante. >
Doença Renal - como afeta os rins
Os rins ajudam na regulação da pressão arterial, na produção de glóbulos vermelhos e no equilíbrio de minerais como cálcio e fósforo. >
O levantamento, publicado nesta semana no periódico The Lancet, mostra que cerca de 14% dos adultos no mundo apresentam DRC. Em 2023, a doença foi responsável por 1,5 milhão de mortes. O número representa um aumento superior a 6% em comparação a 1993.>
"Nosso trabalho mostra que a doença renal crônica é comum, mortal e está se agravando como um importante problema de saúde pública", afirmou Josef Coresh, diretor do Instituto de Envelhecimento Ideal da NYU Langone e coautor do estudo, no estudo.>
Em maio de 2024, a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu oficialmente a DRC em sua meta de reduzir em um terço as mortes prematuras por doenças não transmissíveis até 2030.>
"Essas descobertas apoiam os esforços para que a doença seja reconhecida, junto com o câncer, as doenças cardíacas e os transtornos mentais, como uma prioridade global.">
O relatório integra o projeto Global Burden of Disease (GBD) 2023, o maior levantamento internacional de monitoramento de saúde. A análise reuniu dados de 2.230 estudos científicos e informações nacionais de 133 países.>
Os pesquisadores apontaram que a insuficiência renal é também um fator de risco significativo para doenças cardíacas, contribuindo para cerca de 12% das mortes cardiovasculares no mundo. A DRC foi ainda a 12ª principal causa de incapacidade global em 2023.>
hiperglicemia;>
hipertensão arterial;>
obesidade.>
De acordo com os autores, a maioria dos casos é identificada nos estágios iniciais, o que permite intervenção precoce. Coresh destacou que o tratamento rápido com medicamentos e mudanças de estilo de vida pode evitar a necessidade de diálise ou transplante.>
"A doença renal crônica é subdiagnosticada e subtratada", afirmou o nefrologista Morgan Grams, coautor do estudo e professor da Escola de Medicina Grossman da NYU. "Nosso relatório destaca a necessidade de ampliar os exames de urina para diagnóstico precoce e garantir que os pacientes tenham acesso ao tratamento.">
Grams observou ainda que o acesso à diálise e ao transplante continua limitado em regiões de baixa renda, como a África Subsaariana, o Sudeste Asiático e a América Latina.>
Nos últimos cinco anos, novos medicamentos vêm demonstrando eficácia em retardar a progressão da insuficiência renal e reduzir o risco de infarto, AVC e insuficiência cardíaca. No entanto, segundo os especialistas, ainda levará tempo até que esses avanços tenham impacto em escala global.>