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Carol Neves
Publicado em 2 de dezembro de 2025 às 11:29
O advogado Zenil Drumond afirmou que Waldecir José de Lima Júnior, de 40 anos, que foi filmado matando o vigia Dhemis Augusto Santos dentro de um shopping em Palmas (TO), pretende se entregar à polícia - mas apenas quando considerar seguro. Segundo ele, o cliente teme a repercussão pública do caso. “Neste momento ele não se sente seguro para se apresentar devido à grande repercussão, ao grande clamor social e que no momento adequado ele será apresentado”, declarou em entrevista à TV Anhanguera. >
A defesa acrescenta que Waldecir toma medicação controlada e teria passado por um surto no momento do crime. “Ele infelizmente cometeu uma fatalidade, está muito arrependido da forma com que aconteceu e vamos resguardar ele do contraditório, da ampla defesa, do devido processo legal, para que sejam estabelecidos os fatos. Ele teve uma crise, ele toma uma medicação, estava em surto”, disse o advogado.>
Enquanto a apresentação não ocorre, o suspeito segue procurado pela Polícia Civil, que divulgou um cartaz de busca nesta segunda-feira (1º), após a Justiça decretar a prisão preventiva dele. O carro utilizado por Waldecir foi localizado na casa onde mora, na região central da capital. Policiais viram o veículo coberto por uma lona através de frestas do portão. A equipe entrou na residência para tentar prendê-lo em flagrante, mas o local estava vazio. Munições foram apreendidas.>
Motorista matou vigilante
O assassinato ocorreu na noite de sábado (29), no estacionamento do shopping da 203 Sul. Câmeras de segurança registraram a discussão que começou depois que Dhemis advertiu o motorista pela forma irregular como estacionou uma Range Rover Evoque, que chegou a bater em uma baliza sinalizadora. As imagens mostram Waldecir gesticulando, sacando a arma e apontando para o rosto do vigia antes de atirar na barriga dele. Mesmo após o disparo, continua fazendo ameaças. A vítima chegou a ser levada ao Hospital Geral de Palmas (HGP), mas morreu.>
A investigação está sob responsabilidade da 1ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (1ª DHPP). Dhemis trabalhava para uma empresa terceirizada e havia chegado ao Tocantins há cerca de um ano, após sair de Sergipe e passar pela Bahia. Segundo o chefe dele, Edmilson dos Santos, o vigia buscava se estabilizar e realizar planos como tirar a habilitação e comprar um carro.>
Ele contou que Dhemis passou alguns dias dormindo no escritório da empresa até conseguir uma kitnet. “Ele me transmitiu uma confiança, uma paz. Ele não tinha onde ficar e a gente deixou ele no escritório. Aí nós conseguimos um local para ele ficar. Alugamos uma kitnet, pagamos aluguel, água, luz, ele começou a se estabilizar pelo esforço, pela coragem. Ele comprou seus móveis e a gente ajudou, demos uma geladeira e ele foi comprando seus móveis. Uma pessoa bem tranquila, não era violenta, era educada, tratava todo mundo bem”, relatou.>
A empresa e o shopping divulgaram notas lamentando o crime. O estabelecimento reforçou que repudia qualquer forma de violência.>
Waldecir tem registro de CAC (Colecionador, Atirador e Caçador), que não autoriza porte de arma em público. Em 2013, ele já havia sido flagrado armado em uma churrascaria e chegou a alegar ser policial civil para tentar evitar uma revista. Foi absolvido em primeira instância e condenado em segunda; a pena de dois anos em regime aberto foi convertida em 729 horas de serviço à comunidade.>