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General admite ao STF ser autor de plano para matar Lula, Alckmin e Moraes

Mario Fernandes disse que se tratava apenas de uma "análise pessoal", sem intenção de execução

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 25 de julho de 2025 às 08:16

O general da reserva Mario Fernandes
O general da reserva Mario Fernandes Crédito: Reprodução

O general da reserva Mario Fernandes confirmou nesta quinta-feira, no Supremo Tribunal Federal (STF), ser o autor do plano batizado de "Punhal Verde Amarelo", que, segundo a Polícia Federal, detalhava possíveis formas de assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do STF Alexandre de Moraes.

Durante seu depoimento, Fernandes declarou que o plano era apenas uma reflexão pessoal. "Arquivo retrata um pensamento meu que foi digitalizado", afirmou. Ele alegou ainda que o documento era uma "análise de riscos" e que "não foi mostrado a ninguém".

O general disse se arrepender de ter feito o registro eletrônico do texto. "Me arrependo de ter digitalizado isso. Não passa de um compilamento de dados", justificou. Segundo ele, a impressão do material ocorreu apenas para leitura pessoal: "Imprimi por um costume pessoal de evitar ler documento na tela. Imprimi para mim. Logo depois, rasguei."

Questionado sobre o motivo de ter feito três cópias do plano no Palácio do Planalto, em dezembro de 2022, Fernandes respondeu que não se lembrava da duplicação. "Acho que foram três folhas, não três cópias", disse. Ele sugeriu que a impressora poderia estar configurada para múltiplas cópias.

Fernandes falou publicamente pela primeira vez desde que foi preso em novembro do ano passado. Na ocasião, a PF encontrou o plano em dispositivos eletrônicos apreendidos com ele. De acordo com os investigadores, o documento apresentava um roteiro detalhado com "características terroristas".

Entre as ações descritas, o plano previa o uso de armas pesadas, como fuzis, metralhadoras, pistolas e até um lança-granadas. Também indicava estratégias de envenenamento e explosivos para atingir as autoridades mencionadas. No caso de Lula, o texto citava o uso de substâncias químicas para provocar colapso orgânico.

A Polícia Federal identificou que o plano foi impresso em duas ocasiões no Palácio do Planalto: nos dias 9 de novembro e 6 de dezembro de 2022, após a derrota de Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais.

Núcleo 2

O general integra o chamado núcleo 2 da trama golpista investigada pelo STF. Este grupo é composto por assessores e servidores do segundo escalão da gestão Bolsonaro, acusados de coordenar ações para impedir a posse de Lula. Os integrantes deste núcleo depõem nesta etapa do processo, conduzido por videoconferência.

Segundo as investigações, a participação de Fernandes vai além da elaboração do plano. Ele também teria "assessorado" Bolsonaro na elaboração do primeiro discurso após a derrota eleitoral. Uma mensagem enviada ao ex-ajudante de ordens Mauro Cid, em 9 de dezembro, indica que o general comemorou a fala do então presidente aos apoiadores no Alvorada e sugeriu que ela foi ideia sua.

A apuração da PF é baseada em delações, mensagens, depoimentos e arquivos apreendidos. Mauro Cid, em sua colaboração premiada, descreveu Fernandes como um dos mais radicais defensores de um golpe, que já discutia alternativas antes mesmo do segundo turno.

O núcleo 2 também é responsabilizado por ações como a operação da Polícia Rodoviária Federal que mirou eleitores do Nordeste no segundo turno de 2022 e por articular um possível atentado contra Moraes.

As audiências desta fase do processo incluem ainda os réus do núcleo 4 e devem ser concluídas com o depoimento de Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da PRF. Até agora, nenhum dos acusados optou por ficar em silêncio.