Governo confirma adiamento do CNU e diz que nova data será informada quando 'houver condições'

Situação se agravou e seria "impossível" realizar prova no Rio Grande do Sul, disse ministra

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Publicado em 3 de maio de 2024 às 15:35

Ministra Esther Dweck
Ministra Esther Dweck Crédito: Reprodução

A ministra da Gestão, Esther Dweck, e o ministro Paulo Pimenta, da Comunicação, confirmaram nesta sexta-feira (3) o adiamento do Concurso Nacional Unificado (CNU), chamado "Enem dos Concursos", que aconteceria neste domingo (5) em 288 cidades. As chuvas fortes no Rio Grande do Sul motivaram a decisão. Ainda não há uma data nova definida. "A nova data será anunciada assim que houver condições climáticas e logísticas de aplicação da prova em todo o território nacional", disse Pimenta.

"Não temos uma nova data. Eu quero deixar bem claro que a gente, nas próximas semanas, poderá divulgar uma nova data, mas nesse momento, toda a questão logística envolvida com a prova não nos permite, hoje, divulgar uma nova data com segurança", completou a ministra, afirmando que a realização da prova envolve muitas pessoas.

Segundo Esther Dweck, o governo estava acompanhando a situação do Rio Grande do Sul e o cenário se agravou hoje, deixando "impossível" fazer a prova no estado. "Seria impossível realizar a prova no Rio Grande do Sul. Seja pelo local de prova, segurança na realização das provas, seja pelo risco de vida das pessoas envolvidas nesse processo. Nosso objetivo principal é democratizar o acesso e preservar a condição de participação dos candidatos", afirmou.

Ela disse que a decisão foi tomada depois de uma análise de vários órgãos do governo e a solução do adiamento preserva a integridade para todos os candidatos, além de garantir segurança jurídica. "A gente construiu um acordo para preservar a integridade do concurso para todos os candidatos. A solução mais segura para todos candidatos, no Brasil inteiro, é o adiamento da prova. Essa é a decisão que foi tomada. Vamos assinar um acordo que define isso com todas as razões que motivaram a decisão. Com o adiamento a gente vai garantir aos 2,14 milhões de inscritos a garantia que todo mundo vai realizar as provas nas mesmas condições".

As provas já estavam sendo distribuídas e 65% delas já tinham chegado às cidades de aplicação. O governo quer centralizar as provas novamente, mas ainda vai definir como isso será feito em conversa com a organizadora, Cesgranrio, e os Correios. A princípio a ideia é usar a mesma prova, mas isso ainda deve ser confirmado. Os custos do adiamento ainda não estão fechados e serão conhecidos quando toda logística for determinada, mas o valor virá do orçamento, disse a ministra. "Apesar do custo para a União, é baixo diante da situação que estamos vivendo e para garantir segurança na realização da prova", acrescentou Esther.  

A ministra respondeu porque a decisão de adiamento não foi tomada antes de hoje. "Até ontem a gente ainda esperava que fosse possível fazer a prova, porque ainda existia uma insegurança de como estaria no domingo a situação. Hoje, de fato, com agravamento da situação a gente viu que era inviável. E  a gente tinha esse prazo máximo de sexta para uma decisão. A gente tentou ao máximo garantir a realização da prova, porque a gente sabe que tem 2 milhões e 50 mil pessoas que estavam fora do Rio Grande do Sul inscritos para fazer a prova. A gente tem compromisso com todo mundo", disse a ministra. Ela também afirmou que acha que a decisão aconteceu na hora certa e citou o fato de que a maioria dos inscritos (94%) está a no máximo 100 km do local onde fariam a prova e provavelmente se deslocariam amanhã ou no próprio domingo.