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Elaine Sanoli
Publicado em 16 de setembro de 2025 às 22:10
Quarenta e sete pessoas foram presos e mais de 800 bichos foram resgatados durante a execução da maior operação da história do Brasil de combate ao tráfico de animais silvestres, armas e munições. A Operação São Francisco, coordenada pela Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) do Rio de Janeiro, com apoio da Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade (Seas) foi deflagrada nesta terça-feira (16). >
A ação policial é resultado de um ano de investigações que revelaram a maior organização criminosa do estado do Rio de Janeiro e suas conexões com facções de outros estados. As equipes cumpriram mandados de prisão e de busca e apreensão na capital, Região Metropolitana, Baixada Fluminense, Região Serrana, Região dos Lagos e também nos estados de São Paulo e Minas Gerais.>
Foram apreendidos um fuzil, revólver, granadas, material tático e outros elementos que serão analisados pelas autoridades policiais. Durante a investigação, 145 criminosos foram identificados.>
As investigações apontaram que o grupo criminoso executava atividades relacionadas ao tráfico de animais há décadas, sendo o principal responsável pela venda em feiras clandestinas. A organização também traficava armas e munições. >
A organização criminosa atua de forma armada e estruturalmente organizada, com diferentes núcleos com funções específicas, incluindo o de caçadores. Esses eram os responsáveis pela caça em larga escala de animais silvestres em seus habitats naturais. Após serem sequestrados da natureza, os animais eram transportados de forma cruel pelo núcleo de atravessadores. Eles tinham a função de entregar os animais nos centros urbanos para a comercialização.>
"A operação é um marco na desarticulação das quadrilhas que agem há décadas no Rio de Janeiro explorando animais. É um verdadeiro extermínio silencioso da nossa fauna, um crime que destrói ecossistemas e ameaça diretamente a biodiversidade do Brasil. Esse tráfico de animais não é apenas crueldade: é um corredor da morte, já que muitos morrem antes mesmo de chegarem à venda. Isso mostra a brutalidade desse comércio", declarou o secretário estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Bernardo Rossi.
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Havia ainda um núcleo especializado em primatas, que caçava, dopava e vendia macacos para outros integrantes do grupo. Muitos deles eram retirados das matas fluminenses, como o Parque Nacional da Tijuca e o Horto.>