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Ministério Público investiga filho de Popó por tentar manipular jogos de futebol

Igor Gutierrez Freitas é suspeito de oferecer R$ 15 mil para jogadores forçarem cartões amarelos em partida da Série C

  • Foto do(a) author(a) Yan Inácio
  • Foto do(a) author(a) Estadão
  • Yan Inácio

  • Estadão

Publicado em 13 de setembro de 2025 às 12:44

Igor Gutierrez Freitas, filho do boxeador Popó
Igor Gutierrez Freitas, filho do boxeador Popó Crédito: Reprodução/redes sociais

Os empresários Igor Gutierrez Freitas, filho do tetracampeão mundial de boxe Popó, e Rodrigo Rossi Calamo viraram alvo do Ministério Público do Paraná (MP-PR) por suspeita de tentativa de manipulação em um jogo da Série C do Campeonato Brasileiro. Eles teriam oferecido R$ 15 mil a jogadores do Londrina.

A Polícia Civil cumpriu, nesta sexta-feira (12), quatro mandados de busca e apreensão em endereços vinculados a Gutierrez e Rossi, além de dois contra os próprios empresários. As diligências foram cumpridas em Salvador e Itapema, em Santa Catarina. A ação integra a Operação Derby, deflagrada pelo Núcleo de Londrina do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

Segundo as investigações, os dois abordaram três jogadores do time paranaense cerca de uma hora antes da partida contra o Maringá. O jogo ocorreu em 26 de abril, pela terceira rodada da Série C. A quantia de R$ 15 mil foi oferecida a pelo menos um dele, que recusou a proposta. A dupla pedia que fosse forçado um cartão amarelo até os 27 minutos do primeiro tempo.

Igor Gutierrez Freitas, filho do boxeador Popó por Reprodução/Redes sociais

"Lembrando que os jogadores recusaram a proposta. As investigações caminham no sentido de confirmar essa abordagem e a possíveis outras", informou o promotor de Justiça Jorge Fernando Barreto da Costa.

Ainda conforme o MP-PR, foi Igor quem fez o primeiro contato, pelo Instagram. Ele se apresentou como "empresário e representante com acesso direto às maiores empresas do mercado nacional" e "atuando em projetos estratégicos, ativações e negociações de patrocínios e parcerias".

Em seguida, Rossi chamou o atleta via WhatsApp. Em áudio de visualização única, mas recuperado pelo MP-PR, ele ofereceu o valor e disse que faria a transferência ainda antes da partida. O atleta repreendeu o empresário.

O próprio Londrina relatou o caso à Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que acionou a Polícia Federal. Em seguida, o Gaeco de Londrina iniciou as investigações dos crimes contra a incerteza do resultado esportivo, descritos na Lei Geral do Esporte. São citados no processo os artigos 198, 199 e 200. Cada um deles prevê pena de reclusão de dois a seis anos e pagamento de multa.

Clube se pronunciou

Em entrevista coletiva, Lucas Magalhães, executivo de futebol do Londrina, comentou o caso. "Obviamente, isso assusta na hora. Eu de pronto chamei Paulo (Assis), que era o CEO à época, e a gente acionou a Federação Paranaense na mesma hora. Eles nos passaram um departamento da CBF para oferecer a denúncia. A gente formalizou isso na segunda-feira, logo após o jogo do Maringá", contou Magalhães.

Ainda segundo o executivo, ele comunicou ao zagueiro Wallace Reis, capitão da equipe na partida. "Eu falei: 'Wallace, aconteceu isso, esses três atletas foram abordados, vamos ficar de olho aqui e tal'. Nenhum dos três atletas aliciados tomaram cartão na partida", disse.

A partida teve 10 cartões amarelos, dos quais quatro foram para atletas do Londrina. Desses, três foram antes dos 27 minutos do primeiro tempo, mas nenhum aplicado aos jogadores aliciados.

O Londrina também se manifestou por meio de nota. "Expressamos nosso profundo respeito e admiração pelos atletas que, além de recusarem a proposta ilícita, tiveram a coragem de procurar a diretoria para denunciar a atitude maliciosa", diz um trecho. O clube ainda reafirmou ser "veementemente contra qualquer forma de manipulação de resultados"