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Carol Neves
Publicado em 18 de julho de 2025 às 08:05
Novos detalhes da investigação sobre o assassinato do casal de empresários em São Pedro (SP) mostram que a arma do crime foi alugada por R$ 50 mil e que os suspeitos entraram em conflito após o homicídio por causa do não cumprimento dos acordos financeiros. A pistola 9 mm, sem documentação e com numeração raspada, foi fornecida por três homens presos nesta quinta-feira (17), em mais uma etapa da Operação Jogo Duplo. As vítimas, José Eduardo Ometto Pavan, de 69 anos, e Rosana Ferrari, de 61, foram mortas em abril em um esquema para apropriação de seu patrimônio milionário.>
Os executores do crime, que agiram a mando de um casal de advogados, não receberam o valor combinado e ainda ficaram devendo parte do aluguel da arma. "Os executores não receberam, estavam tomando calote e receberam uma parte. Não conseguiram pagar o aluguel da arma como prometido, e houve inclusive um desacerto entre todos eles", relatou o delegado William Marchi, da Deic, segundo o G1.>
De acordo com a investigação, um dos executores do crime receberia um apartamento avaliado entre R$ 400 mil de R$ 500 mil e um carro avaliado em R$ 60 mil pelas mortes. "E seria pago ainda um valor em torno de R$ 1,2 milhão que seria dividido entre os executores, quem alugou a arma e tudo mais. Agora, o que ficaria com quem? Aí eu já não sei te responder", diz a delegada Juliana Ricci, da Deic, também ao portal G1.>
A pistola usada no crime tem valor de mercado entre R$ 2 mil e R$ 5 mil, mas foi alugada por dez vezes mais. Três homens – um de 60 anos, seu filho de 29 e um cunhado de 39 – cobraram R$ 30 mil, R$ 10 mil e R$ 10 mil, respectivamente, pelo empréstimo do armamento.>
Casal de idosos mortos no interior de SP
"Como é que a pessoa tem uma arma que custa R$ 2 mil, R$ 3 mil, aluga por R$ 30 mil, e o outro recebe R$ 10 mil, o outro recebe R$ 10 mil, ou seja, R$ 50 mil pelo aluguel de uma arma para praticar um crime? Tudo isso ainda será objeto de investigação", questionou Marchi.>
Os três novos presos admitiram ter fornecido a arma, mas negam saber que seria usada em um homicídio. Eles foram localizados após a quebra de sigilo telefônico, que revelou as negociações.>
Próximos passos>
A polícia acredita que não há mais envolvidos a serem presos, mas ainda precisa definir o papel exato de cada um. As prisões temporárias foram renovadas por mais 30 dias. Os sete detidos até agora respondem por homicídio qualificado, associação criminosa, estelionato e falsificação de documentos.>
O casal de advogados suspeito de encomendar o crime, Fernanda Morales Teixeira Barroso e Hércules Praça Barroso, já havia recebido imóveis das vítimas no valor de R$ 12 milhões. Eles usavam uma holding para administrar os bens do casal, que não tinha herdeiros.>