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Carol Neves
Publicado em 21 de outubro de 2025 às 13:25
O sargento da Polícia Militar William Amaral Conceição, de 36 anos, declarou em depoimento à Delegacia de Homicídios que não se recorda de ter disparado contra o também policial militar Eduardo Filipe Santiago Ferreira, 42, morto na madrugada de domingo (19) no Rio de Janeiro. Segundo ele, a última lembrança que tem é de estar em um bar com o colega. >
De acordo com o relato divulgado pela Folha de S. Paulo, os dois eram amigos próximos - padrinhos de casamento um do outro - e passaram o sábado (18) bebendo juntos. Eduardo havia convidado William para sair entre o meio-dia e as 14h. Às 17h, encontraram-se em um bar no bairro Jambeiro, em Vila Valqueire, na zona oeste da cidade.>
PM matou colega em noite de bebedeira
Antes de começarem a beber, William aproveitou para cortar o cabelo em uma barbearia ao lado do bar. Em seguida, ambos consumiram cerveja. Como chovia, o sargento deixou a motocicleta na casa de Eduardo, e os dois seguiram de carro até o Parque Madureira, também na zona oeste, para um evento. Com a continuidade da chuva, decidiram retornar a Vila Valqueire.>
Na volta, tentaram entrar em outro bar, mas desistiram porque estava cheio. Foram, então, a um estabelecimento vizinho, onde pediram mais cervejas e uma caipirinha. A conta de R$ 90 foi paga por Eduardo por volta da meia-noite.>
William afirmou que, a partir desse momento, não se lembra de mais nada. Disse ter despertado já no Hospital Albert Einstein, sem saber o que havia acontecido nem o paradeiro do amigo.>
A investigação aponta que a troca de tiros ocorreu entre a meia-noite e 1h, pouco depois de saírem do bar. Câmeras de segurança registraram a discussão entre os dois. Nas imagens, Eduardo tenta alertar o colega: “Amaral! Amaral! Tá maluco? Sou eu, Santiago!” — ao que William responde: “Eu vou te matar!” A vítima insiste: “Amaral, é o Santiago!” antes de ser baleada.>
A perícia encontrou indícios de confronto dentro do veículo, manchas compatíveis com sangue e estojos de munição compatíveis com a arma de William. O sargento também foi atingido nas costas e socorrido.>
Um outro policial, que esteve com ele no hospital, relatou informalmente aos investigadores que William apresentava fala desconexa, possivelmente sob efeito de álcool, e chegou a mencionar uma suposta tentativa de assalto - hipótese não confirmada pela polícia.>
O sargento passou por audiência de custódia ainda no domingo e teve a prisão em flagrante convertida em preventiva. Eduardo Santiago Ferreira foi sepultado na segunda-feira (20).>