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O mapa que você aprendeu estava errado: veja como é a proporção real dos continentes

IBGE lançará mapa invertido em evento que reunirá chefes dos Institutos Nacionais de Estatística

  • Foto do(a) author(a) Millena Marques
  • Millena Marques

Publicado em 10 de maio de 2025 às 14:00

Mapa-múndi invertido
Mapa-múndi invertido Crédito: Divulgação/IBGE

Que o Brasil figura entre os cinco maiores países do mundo, você já deve saber. O território brasileiro possui uma área de 8.516.000 km², ocupando a quinta colocação no ranking mundial, atrás apenas de Rússia, Canadá, China e Estados Unidos. Mas já reparou como alguns países, regiões e territórios parecem ser maiores no mapa?

Nos tradicionais documentos cartográficos que guiam as atividades de geografia no ensino fundamental, a Groelândia, território dinamarquês há 210 anos, aparece num formato questionável. Em algumas edições, aliás, supera o tamanho da América do Sul. Ela, na verdade, é quatro vezes menor que área do Brasil, com 2.166.000 km².

Uma reportagem do portal de notícias da Universidade Federal de Uberlândia, em Minas Gerais, apontou porque muitos mapas foram distorcidos. O primeiro dos fatores está diretamente relacionado com o processo cartográfico. As distorções, conhecidas como deformações cartográficas, acontecem inevitavelmente ao transformar uma superfície curva em uma superfície plana.

Fazer uma correspondência numa escala de 1:1, a escala real, é impossível porque a terra tem, aproximadamente, um raio de 6.378 km. Portanto, são utilizadas escalas reduzidas, o que influencia na perda de informações. Outro fator importante é que a superfície curva da Terra não se ajusta a um plano.

O eurocentrismo, termo utilizado para caracterizar uma visão de mundo que coloca a Europa e a cultura europeia no centro, também interfere nas mudanças cartográficas. A projeção de Mercator é um exemplo disso, uma vez que distorce as áreas dos países.

Mas, afinal, como saber a proporção real dos continentes? Bom, como todo mapa pode sofrer algum tipo de distorção, é difícil fazer comparações reais dos tamanhos dos países. No entanto, o site The True Size, O Tamanho Real, coloca ao fundo um mapa com a projeção de Mercator. Por meio dele, é possível fazer comparações com os tamanhos reais de qual país do mundo. Acesse aqui.

Mapa-múndi invertido

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em coorganização com o Governo do Estado do Ceará e demais parceiros, realizará de 11 a 13 de junho o "Triplo Fórum Internacional da Governança do Sul Global - Novos indicadores e temas estratégicos para o desenvolvimento e a sustentabilidade na Era Digital", que ocorrerá em Fortaleza, no Centro de Eventos do Ceará (Av. Washington Soares, 999). No evento, o órgão lançará o mapa-múndi invertido, que novamente tem o Brasil no centro do mundo, mas que agora traz uma nova perspectiva em que o Sul aparece no topo da imagem. 

O novo mapa também traz destacados os países que compõem o BRICS, o Mercosul, os países de língua portuguesa e do bioma amazônico, também a cidade do Rio de Janeiro, como capital dos BRICS, a cidade de Belém, como capital da COP 30 e o Ceará como sede do Triplo Fórum.

Não existe uma razão técnica para colocar os pontos cardeais nas direções convencionais e, portanto, a representação tradicional é tão correta quanto a representação invertida. A convenção cartográfica do Norte para cima e do Leste para a direita foi estabelecida pelo astrônomo Ptolomeu e foi amplamente adotada por outros cartógrafos como Mercator e Waldseemüller. Mas existem mapas que têm outra orientação e onde o Norte não está no topo. É o caso, por exemplo, dos mapas medievais ou de alguns mapas feitos por outras culturas.

Nos mapas modernos, há questões relacionadas a reinvindicações políticas nesses mapas invertidos, geralmente realizada por países localizados no Hemisfério Sul. Segundo a geógrafa Nicole De Armendi, a orientação dos mapas “afirma posições de poder, traça certas redes globais e estabelece relações hierárquicas entre as nações e os continentes”.

Quem quiser adquirir o mapa-múndi invertido do IBGE, pode realizar a compra na loja do IBGE (com prazos de entregas variados). O material é disponibilizado nas versões português e inglês.

Triplo Fórum

O Triplo Fórum tem como objetivo organizar um debate técnico (presencial e remoto), com a oportunidade de reunir os chefes dos Institutos Nacionais de Estatística, autoridades, parlamentares, gestores públicos e privados, universidades, entidades da sociedade civil, jovens pesquisadores, estudantes, entre outros, em torno dos desafios da Governança internacional na Era Digital e seus impactos para as economias do Sul Global.

A programação detalhada será divulgada dia 09 de maio, junto com o site do Triplo Fórum, dentro do portal do IBGE, com as inscrições gratuitas (somente pela internet) abertas neste dia para todos os interessados dentro e fora do Brasil.

Em vídeos, o presidente do IBGE, Marcio Pochmann, e a diretora de geociências do IBGE, Maria do Carmo Dias Bueno, falam sobre a importância do Triplo Fórum e do lançamento do novo mapa-múndi.