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Perto de deixar prisão, Maníaco do Parque planeja mudar de nome: 'Sou um novo homem'

Condenado a 280 anos por nove assassinatos, um dos criminosos mais notórios do Brasil revela conversão religiosa na cadeia

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 1 de agosto de 2025 às 08:27

Francisco de Assis Pereira, o Maníaco do Parque
Francisco de Assis Pereira, o Maníaco do Parque Crédito: Reprodução

Francisco de Assis Pereira, conhecido como Maníaco do Parque, deve deixar a prisão em 2028 após cumprir 30 anos de pena, limite máximo previsto pela legislação brasileira na época de sua condenação. Condenado pelo assassinato de nove mulheres, ele planeja mudar de nome assim que for liberado. "Sou um novo homem. Aquele Francisco não existe mais", declarou em entrevista à psicóloga forense Simone Lopes Bravo, de 50 anos, dentro da Penitenciária de Iaras (SP). Ela agora lança um livro sobre o criminoso. A informação foi divulgada pelo blog True Crime, de O Globo.

Atualmente preso dividindo espaço com outros seis condenados por estupro, Pereira detalhou os crimes cometidos no Parque Ibirapuera, em São Paulo. Ele atraía as vítimas com promessas de trabalho como modelo e, após assassiná-las, voltava aos locais para se masturbar diante dos corpos. "Ficava com muitos pensamentos. Não conseguia parar de pensar. Aqueles pensamentos me excitavam", confessou.

Nem todas as mulheres que abordou foram mortas. Algumas, segundo ele, foram poupadas. "Mesmo dentro da mata, resolvia não fazer nada com algumas delas. Aí eu as levava de volta até o ponto de ônibus e falava para ela ter cuidado", relatou, garantindo que não houve contato físico: "Nem um beijo".

Maníaco do Parque na cadeia por Reprodução

Conversão religiosa e vida na prisão

Pereira afirma ter passado por uma transformação após ser batizado por evangélicos em 24 de abril de 1999, na Penitenciária de Itaí (SP). Desde então, diz não ter mais pensamentos violentos ou desviantes: "Nunca mais voltaram". Hoje, dedica-se à oração e meditação: "Até quando vou caminhar, estou meditando na palavra".

Apesar da religiosidade, ele não pede perdão às famílias das vítimas: "Deus já me perdoou". Questionado se falaria com os parentes, respondeu que sim, mas limitou sua mensagem: "A conversão é o único caminho".

Um episódio que chamou atenção foi em 2024, durante o recadastro interno, quando Pereira apareceu com sobrepeso, cerca de 120 quilos, e sem dentes, devido a uma rara condição genética chamada amelogênese imperfeita, que provoca o esfarelamento dental.

A psicóloga Simone Bravo iniciou contato com Pereira por correspondência enquanto pesquisava para um livro. Entre mais de dez criminosos contatados, ele foi o único que respondeu. A psicóloga incluiu seu nome na lista de visitantes como "amiga", depois de negociar para substituir a mãe do condenado, Maria Helena Pereira, como visitante. A mãe contou que recebeu um pagamento para ceder a vaga, aceitando porque estava precisando do dinheiro. Simone passou a encontrar Pereira regularmente. Desses encontros, surgiu o livro "Maníaco do Parque, a loucura lúcida".

Impulso criminoso

Na entrevista, o criminoso relacionou seus crimes a impulsos surgidos na infância, após acesso precoce a revistas pornográficas no trabalho do avô. Na adolescência, mantinha múltiplas relações sexuais em São José do Rio Preto (SP), onde nasceu. "Meus pensamentos eram mais fortes que eu. Não conseguia controlar", disse.

Questionado sobre por que não matava homens, respondeu: "Porque eu me sentia atraído por mulheres, pelo corpo das mulheres".