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Planilha do Comando Vermelho revela compra de R$ 5 milhões em fuzis e munições

Documento foi extraído da conta de WhatsApp de traficante

  • Foto do(a) author(a) Maysa Polcri
  • Maysa Polcri

Publicado em 29 de outubro de 2025 às 18:49

Planilha mostra compras de armas e munições
Planilha mostra compras de armas e munições Crédito: Reprodução/Jornal O Globo

A Polícia Civil do Rio de Janeiro descobriu que a facção Comando Vermelho gastou mais de R$ 5 milhões em apenas um mês com a compra de armas e munição. O documento foi extraído da conta de WhatsApp do traficante Luiz Carlos Bandeira Rodrigues, o Da Roça, e demonstra que foram adquiridos pelo menos 44 mil cartuchos e 15 fuzis. As informações foram reveladas pelo jornal O Globo. 

A planilha menciona gastos de R$ 1,6 milhão com cartuchos de diferentes calibres enviados por um fornecedor identificado como “Bazzana”. De acordo com a reportagem, trata-se de Eduardo Bazzana, atirador esportivo certificado pelo Exército. Até ser preso em maio passado, ele era presidente do Clube Americanense de Tiro e era dono de duas lojas de armas e munição.

O traficante Da Roça, que teve o celular periciado, é natural de Rondônia e ascendeu nos últimos anos na hierarquia do crime ao participar da tomada de favelas na Grande Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. Na favela da Muzema, ele passou a administrar o tráfico e outros serviços explorados pela facção, como a cobrança de taxas de moradores e comerciantes, roubo de veículos e cargas, além de grilagem de imóveis.

As investigações apontam ainda que Da Roça tornou-se um dos principais arrecadadores do fundo de guerra do Comando Vermelho, sendo responsável pela compra de armas de grosso calibre usadas em confrontos contra facções rivais e milícias. 

Megaoperação

 As informações foram divulgadas um dia após uma megaoperação contra o Comando Vermelho, na Zona Norte do Rio de Janeiro, deixar mais de 120 mortos. Entre a noite de terça-feira e (28) a manhã desta quarta (29), moradores levaram 68 corpos até a Praça São Lucas, no Complexo da Penha, além dos 64 óbitos já confirmados pelas autoridades ontem.

Alan Barbosa Fonseca por Reprodução

Os corpos foram recolhidos de uma área de mata e colocados pelos moradores na praça, onde equipes da Defesa Civil atuam para fazer a remoção. O cenário ocorre um dia depois da ação policial que já era considerada a mais letal da história do Rio, com os 64 óbitos oficialmente confirmados - segundo a polícia, 60 suspeitos e 4 policiais.

Com o alto volume de cadáveres, o Instituto Médico-Legal (IML) do Rio funcionou de forma restrita nesta quarta, recebendo apenas vítimas da operação. A Polícia Civil informou que outros casos que precisem de necropsia serão direcionados ao IML de Niterói.

Alan Barbosa Fonseca por Reprodução

A megaoperação deflagrada na terça prendeu mais de 80 pessoas suspeitas de integrar o Comando Vermelho e deixou ao menos nove feridos - seis agentes de segurança (quatro policiais civis e dois militares) e três moradores. De acordo com a polícia, entre os mortos oficialmente contabilizados estão criminosos que vieram de outros estados e se refugiavam nas comunidades.

A ação teve participação de 2,5 mil agentes das polícias Civil e Militar, com apoio do Ministério Público, dentro do âmbito da Operação Contenção.