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Preso por assassinar gari tem histórico de agressão contra ex e matou mulher atropelada

Juiz mencionou caso durante audiência em que negou liberdade ao empresário

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 14 de agosto de 2025 às 09:34

René da Silva Nogueira Júnior
René da Silva Nogueira Júnior Crédito: Reprodução

O empresário René da Silva Nogueira Junior, acusado de matar um gari a tiros em Belo Horizonte, já tem duas passagens pela polícia do Rio de Janeiro, incluindo um atropelamento que deixou uma mulher morta.

Segundo O Globo, em 2011 René atropelou e matou uma mulher no bairro do Recreio dos Bandeirantes, na capital fluminense. O caso foi investigado pela 42ª Delegacia e o inquérito foi concluído com indiciamento por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, e enviado ao Ministério Público, que não respondeu se denunciou René à Justiça e o caso aparentemente foi arquivado.  

A mulher morta vivia em situação de rua. Na época, o empresário tinha habilitação para carro, mas estava pilotando uma moto. No depoimento, René contou que passava por uma avenida quando a vítima tentou atravessar, ele buzinou e ela se assustou. Ela voltou para a calçada, mas foi atingida, segundo ele. Ele também disse que tentou contato com a família da vítima, sem sucesso. 

Para se defender, o empresário disse também que já estava em processo para se habilitar para pilotar motos, e que mesmo se tivesse a autorização não teria conseguido evitar o acidente. 

René da Silva Nogueira Júnior e esposa, a delegada Ana Paula Balbino Nogueira por Reprodução

Violência doméstica

Em outro inquérito, ele foi investigado por uma denúncia de violência doméstica, na cidade de Belford Roxo, também no Rio. A investigação também foi concluída e remetida ao MP.

"Chama atenção o documento juntado pelo Ministério Público, em que o acusado responde a outra ação penal já com denúncia recebida (pela Justiça) de lesão corporal grave no ambiente de violência doméstica, onde inclusive o braço da moça foi fraturado", afirmou o juiz Leonardo Damasceno, na audiência de custódia de René.

Segundo o boletim de ocorrência, a namorada na época, em 2021, relatou que vivia "um relacionamento abusivo" com René, que a agrediu "segurando-lhe pelos braços e empurrando na parede". Na agressão, a vítima ficou com o pé quebrado. Ela contou ainda que o agressor ficou nervoso e "iniciou uma destruição da casa, revirando os bens no interior do imóvel"  porque a vítima não tinha ajudado a encontrar a carteira dele. Entre os relatos da vítima, ela disse que René a ameaçava de morte, além de ameaçar familiares, e desferias socos e chutes contra os animais dos dois, para intimidá-la.

Em outro boletim de ocorrência, também de 2021, a ex-mulher de Renê contou que foi agredida com um empurrão e vassouradas por ele, que não aceitava o final da relação. 

Personalidade "violenta"

Na audiência de custódia, quando a prisão de René foi convertida para preventiva, o juiz considerou que o empresário mostra sinais de personalidade "violenta, desequilibrada". A defesa pediu relaxamento, argumentando não haver indícios suficientes de culpa do cliente, mas o pedido foi negado. A defesa também pediu sigilo sobre o caso, que não foi acatado. 

Os advogados do empresário afirmaram que ele tem residência fixa, é réu primário e tem bons antecedentes. O juiz argumentou que há elementos suficientes, como identificação do carro e reconhecimento das testemunhas. 

"Chega um cidadão (...) querendo passar de forma desequilibrada e violenta, sai do veículo, ameaça trabalhadores que prestam serviço público, coloca arma em direção a uma mulher motorista de caminhão falando que daria um tiro na cara da trabalhadora. Não satisfeito, volta com arma em punho (...) e atira. Toda uma dinâmica que mostra a periculosidade do agente. É um homicídio qualificado, um crime hediondo, disse o juiz.

Briga e tiros

A morte do gari Laudemir de Souza Fernandes aconteceu na segunda, no bairro de Vista Alegre, na capital mineira. Segundo a polícia, René dirigia um carro elétrico da BYD por volta das 9h quando se aproximou de um caminhão de lixo na direção contrária. O empresário teria exigido que o caminhão desse passagem para ele e ameaçado a motorista, afirmando que iria "atirar na casa dela". Os outros garis tentaram intervir e o empresário atirou, atingindo Laudemir.

Baleado no peito, Laudemir foi levado para um hospital em Contagem, onde teve a morte confirmada.

Já René fugiu do local, segundo a polícia, e foi preso horas depois em uma academia de luxo da cidade. Ele negou o crime, disse que não dirige um carro elétrico e que não estava naquela parte da cidade no momento do crime.

A polícia afirma que chegou até o suspeito através da identificação do modelo do carro e da placa, que teve números e letras captados por imagem. A descrição física do suspeito também foi compatível com a de René, como um homem forte e alto.

A Justiça negou a liberdade de René em audiência de custódia e ele foi encaminhado ao sistema prisional para responder por ameaça e homicídio qualificado, por motivo fútil e uso de recurso que dificultou ou impediu a defesa da vítima.