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STF marca acareação entre ex- presidente do BRB e Vorcaro, dono do banco Master

Ministro Dias Toffoli busca esclarecer divergências em depoimentos sobre esquema que pode ter movimentado R$ 12 bilhões

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 24 de dezembro de 2025 às 13:04

Paulo Henrique Costa e Daniel Vorcaro
Paulo Henrique Costa e Daniel Vorcaro Crédito: Reprodução

O Supremo Tribunal Federal (STF) marcou uma acareação para a próxima terça-feira (30) entre o dono do Banco Master, Daniel Vorcaro, e o ex-presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa. Também foi convocado Ailton de Aquino, diretor de Fiscalização do Banco Central, para participar do procedimento, que busca esclarecer divergências nos depoimentos sobre supostas fraudes financeiras envolvendo as duas instituições.

Uma acareação é um procedimento jurídico em que pessoas com relatos conflitantes são colocadas frente a frente para resolver contradições sobre fatos relevantes ao processo.

Vorcaro e Costa são investigados por fraudes relacionadas à venda de papéis do Banco Master ao BRB. Segundo apuração da TV Globo, o objetivo do relator do caso, ministro Dias Toffoli, é esclarecer os pontos divergentes nos depoimentos e as circunstâncias das operações suspeitas entre os bancos.

Daniel Vorcaro por Reprodução

A Polícia Federal aponta que o Master emitiu Certificados de Depósito Bancário (CDBs) prometendo rendimentos de até 40% acima da taxa básica do mercado, mas os retornos eram irreais. O esquema pode ter movimentado R$ 12 bilhões, e há indícios de participação de dirigentes do BRB. Em março, o BRB chegou a tentar adquirir o Master, mas o negócio foi barrado pelo Banco Central.

Vorcaro chegou a ser preso em novembro, mas foi liberado dias depois por decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Costa deixou o comando do BRB em 18 de novembro.

Entenda o caso

O Banco Master foi fundado em 1974 como Máxima Corretora de Valores e passou por diversas reorganizações societárias. Em 2019, Daniel Vorcaro assumiu o controle e acelerou o crescimento da instituição. A partir de 2022, o ritmo intenso começou a gerar questionamentos: o banco captava recursos a custos elevados e os aplicava em investimentos arriscados, uma combinação que colocava em risco a sustentabilidade financeira da instituição.

Os CDBs do Master ofereciam remuneração de até 140% do CDI, muito acima do praticado por bancos sólidos, atraindo investidores pessoa física para reforçar o caixa. Investigações da PF indicam que parte desses recursos foi usada para cobrir déficits e honrar compromissos antigos, um modelo sustentável apenas com constante entrada de novos recursos.

Paralelamente, o banco buscava vender participação societária. A negociação mais relevante ocorreu em março de 2025, com a tentativa de venda de 58% do capital ao BRB por cerca de R$ 2 bilhões. O Ministério Público do Distrito Federal e o Ministério Público de Contas questionaram a transparência e os riscos da operação.

Desde 2024, a Polícia Federal monitorava o Master e identificou indícios de criação artificial de carteiras de crédito e registro de ativos de baixa ou inexistente qualidade. Cerca de R$ 50 bilhões em CDBs foram emitidos sem recursos suficientes para pagamento futuro. Também houve operações suspeitas envolvendo créditos da empresa Tirreno, revendidos ao BRB por R$ 12,2 bilhões sem documentação adequada.

Em novembro, o Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do Master, interrompendo suas atividades e afastando a diretoria. O Fundo Garantidor de Créditos (FGC) foi acionado para indenizar correntistas e investidores, respeitando o limite de R$ 250 mil por CPF ou CNPJ. A Justiça também determinou o bloqueio de bens de controladores e ex-executivos, enquanto as investigações prosseguem nas esferas civil e criminal.

Tags:

Banco Master