Acesse sua conta
Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Recuperar senha
Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Dados não encontrados!
Você ainda não é nosso assinante!
Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *
ASSINE

Três coisas que seu filho gostaria que você soubesse (mas não consegue dizer)

Terapeuta de adolescentes traz à tona o que muitos jovens expressam na terapia e que suas mães (e pais) precisam ouvir

  • Foto do(a) author(a) Esther Morais
  • Esther Morais

Publicado em 11 de maio de 2025 às 14:00

Três coisas que seu filho gostaria que você soubesse (mas não consegue dizer)
Três coisas que seu filho gostaria que você soubesse (mas não consegue dizer) Crédito: Shutterstock

Com a chegada do Dia das Mães, uma pergunta profunda e necessária se impõe: você sabe o que seu filho realmente gostaria que você soubesse? Na sala de terapia, onde adolescentes se sentem livres para falar sem medo de julgamento, muitas vezes surgem confissões poderosas e dolorosas: “Eu só queria ser deixado em paz”, “queria não existir por um tempo”, “ninguém me entende”.

Para os pais, separados pelo abismo de gerações, também é difícil entender - e em certas situações, saber respeitar - as individualidades dos filhos. Por isso, a psicóloga Terena Cardoso, que atua como Terapeuta na clínica Vínculo - Espaço Terapêutico e de Parentalidade - há oito anos separou alguns pensamentos que os filhos gostariam que os pais soubessem. 

“Reconheça meu esforço”

Segundo a especialista, os adolescentes na terapia trazem como principais desafios a falta de validação. É quando, por exemplo, o pai ou a mãe não reconhece o esforço da criança, não acreditam no que está dizendo ou quando comparam. “Isso causa um processo traumático às vezes irreversíveis, eles se tornam adultos com autoestima baixa”, alerta.

“Brigas me deprimem”

Outra situação é quando há brigas dentro de casa - mesmo quando a criança não é o alvo. “Se os pais soubessem o quanto deprimem a criança quando a família briga, entenderiam o tamanho do problema. Às vezes, enquanto adultos, sabemos que um casal briga, a família pode ter momento pontual de toxicidade, mas para o adolescente não funciona assim. Acaba normalizando a violência”, explica.

Respeite meu tempo e desejos (mas saiba impor limites)

Ainda é importante que, no processo de validação (dica número 1), os pais entendam que as crianças têm suas individualidades, com desejos próprios e uma forma única de lidar com suas emoções. O que seu filho gosta de fazer - e como - pode ser diferente do seu. E não há problema nisso. No entanto, é preciso impor limites, inclusive no uso das redes sociais. A psicóloga orienta o monitoramento das atividades, por exemplo.

“Sinto que os pais querem que o filho corresponda com o que ele faria. [A depender do caso], o ideal é tentar entender quem são as companhias, por que o filho fez aquilo, ao invés de ir para o embate, isso afasta o adolescente”, diz.

Para recalcular a rota, a orientação da psicóloga é buscar ajuda profissional - isso pode evitar o estabelecimento de transtornos que a relação se afaste por completo -, entender que não pode deixar de ser firme e persistente e se interessar verdadeiramente pela vida do seu filho, apesar do cansaço,

“Vivemos em uma geração de pais mais sensíveis, que desejam ter uma boa relação com seus filhos, serem compreendidos, e não ser vistos como os ‘chatos’. Mas a verdade é que, para um adolescente, o cérebro ainda está em formação, ele não nasce com autocontrole, disciplina ou noção de consequência. Tudo isso é aprendido com muita repetição, insistência e presença firme dos pais”, acrescenta a terapeuta.