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Trump pode acabar com o Pix? Entenda a disputa entre Brasil e EUA

Sucesso do modelo e sua possível expansão internacional, aliado à discussão nos Brics sobre alternativas ao uso do dólar, podem explicar ofensiva

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 17 de julho de 2025 às 09:31

Donald Trump está em ofensiva
Donald Trump está em ofensiva Crédito: Reprodução e Agência Brasil

O sistema de pagamento instantâneo Pix entrou na mira do governo de Donald Trump com o início de uma investigação comercial dos EUA, abrigada na terça-feira (15). Embora o documento oficial não cite o nome do serviço, ele menciona "serviços de comércio digital e pagamento eletrônico" fornecidos por estados, e o Pix é o único sistema estatal brasileiro com esse perfil.

O Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR) afirma que “o Brasil parece se envolver em uma série de práticas desleais em relação a serviços de pagamento eletrônico, incluindo, mas não se limitando a favorecer seus serviços de pagamento eletrônico desenvolvidos pelo governo”. Para Trump, isso incluiria supostos subsídios ao Pix.

O sucesso do Pix e sua possível expansão internacional, aliado à discussão nos Brics sobre alternativas ao uso do dólar, podem ter motivado a decisão. Jorge Ferreira dos Santos Filho, economista da ESPM, acredita que a principal motivação dos EUA está na concorrência: “O sistema também compete com fintechs americanas. Enquanto nos EUA a regulação permite a cobrança por transferências instantâneas, no Brasil essas empresas são obrigadas a integrar o Pix para operar", avaliou, em entrevista ao portal G1.

O Banco Central brasileiro já promove uma expansão internacional do Pix, com uso parcial nos EUA (Miami, Orlando), Argentina e Portugal. A possibilidade de que ele se torne um sistema comum entre os Brics é vista como uma ameaça ao domínio do dólar.

Apesar das críticas, economistas afirmam que Donald Trump não pode acabar com o Pix diretamente, pois o sistema está sob controle total do Banco Central do Brasil. O economista Felipe Storch Damasceno observou em entrevista para A Gazeta que o PIX “reduz a dependência de redes internacionais de pagamento, como Visa, Mastercard e Swift” e destaca que “se tornou referência global por sua eficiência, adesão massiva e custo zero para o usuário”.

Já o advogado Eduardo Sarlo ressalta que o PIX segue operando normalmente no Brasil: “O Pix não está ameaçado de acabar. A investigação americana reflete disputas por espaço e influência no mercado financeiro global. O que está em jogo não é o fim do Pix, mas sim um embate entre modelos de desenvolvimento: o controle estatal e gratuito contra o sistema privado e tarifado.”

Apesar disso, a investigação americana pode impactar a expansão internacional do Pix, incluindo aplicação de tarifas e outras sanções e restrições. 

Em 2024, o sistema movimentou mais de R$ 26,4 trilhões, e seu modelo é observado por outros países em busca de alternativas ao sistema financeiro tradicional.