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Flavia Azevedo
Publicado em 27 de setembro de 2025 às 11:00
Os Estados Unidos realizaram nesta quinta-feira (25) duas execuções, elevando para 33 o total em 2025. Os casos, ocorridos no Alabama e no Texas, reacenderam o debate sobre a pena de morte e a adoção de métodos questionados por organismos internacionais. >
No Alabama, Geoffrey Todd West, de 50 anos, condenado pelo assassinato de Margaret Parrish Berry em 1997 durante um assalto a um posto de gasolina, foi executado por hipóxia induzida com nitrogênio. Esta foi mais uma aplicação do método polêmico, já usado anteriormente no estado, e que especialistas da ONU classificam como potencialmente “cruel e desumano”.>
Na execução de West, testemunhas relataram movimentos involuntários e dificuldades respiratórias nos primeiros minutos, em linha com críticas feitas após o uso do mesmo protocolo em 2024, quando Kenneth Smith permaneceu consciente por minutos antes de morrer. Apesar disso, o estado mantém o método como alternativa à injeção letal. O caso teve ainda um componente inusitado: o filho da vítima, Will Berry, havia pedido clemência para o condenado, mas o apelo foi rejeitado.>
No Texas, em Huntsville, foi executado Blaine Milam, de 35 anos, condenado pela morte da enteada de 13 meses, Amora Carson, em 2008. O crime, descrito como um “exorcismo” pelo réu e sua então companheira, envolveu tortura prolongada, com múltiplas fraturas, mordidas e estrangulamento da criança. O caso ficou conhecido como um dos mais chocantes da história recente do estado e chegou a ser retratado na série documental On Death Row, do cineasta Werner Herzog.>
A defesa de Milam tentou impedir a execução até os últimos momentos, alegando deficiência intelectual e contestando provas utilizadas no julgamento, como marcas de mordida. Todos os recursos, porém, foram rejeitados pela Justiça texana.>
Com a frequência de execuções em estados como Texas, Flórida e Alabama, aumenta a pressão de entidades de direitos humanos contra a pena capital, ainda em vigor em grande parte do país. Críticos alertam para métodos que podem causar sofrimento desnecessário, para a falta de transparência nos protocolos e para as dificuldades de revisão judicial em casos de vulnerabilidade dos réus.>
Por Flavia Azevedo com agências>