Quatro dias após morte, corpo de ‘Tio Paulo’ finalmente será enterrado

Nome dele ficou exposto para todo o país após sobrinha levá-lo morto para pedir empréstimo em banco

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Publicado em 20 de abril de 2024 às 10:12

Vídeo mostra idoso ainda vivo, em cadeira de rodas, um dia antes de ser levado morto para sacar dinheiro
Vídeo mostra idoso ainda vivo, em cadeira de rodas, um dia antes de ser levado morto para sacar dinheiro Crédito: Reprodução

Paulo Roberto Braga, de 68 anos, finalmente descansará em paz. O idoso, que teve seu nome exposto em todo o Brasil nesta semana, após ser levado morto pela sobrinha a um banco, para fazer um empréstimo, será enterrado neste sábado (20), quatro dias após a morte. A cerimônia ocorrerá no Cemitério de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio.

Tio Paulo, como ficou conhecido, teve seu caso exposto em um vídeo feito por funcionários da agência. As imagens mostram o momento em que a sobrinha dele, Érika de Souza Vieira Nunes, tenta liberar um empréstimo de R$ 17 mil na frente do idoso. O problema é que ele estava morto na hora que tinha que assinar a papelada.

Érika está presa por tentativa de furto mediante fraude e vilipêndio de cadáver. A defesa dela alega que o idoso chegou vivo ao banco e morreu no local. Segundo os advogados, ela não percebeu que o tio faleceu. A polícia, no entanto, afirma que ele já estava morto ao dar entrada na agência bancária. Imagens de câmeras de segurança de um shopping perto do banco e da entrada da agência mostram o idoso aparentemente já desacordado quando chega ao local.

Um motorista de aplicativo e um mototaxista dizem que o idoso estava vivo ao entrar no carro que os conduziu para o local. Já o laudo emitido pelo Instituto Médico Legal informa que o idoso morreu entre 11h30 e 14h30 e, por isso, não é possível precisar se foi antes ou depois de chegar ao guichê. A causa da morte foi por broncoaspiração de conteúdo estomacal e falência cardíaca. 

O médico do Samu que atendeu Paulo no banco relatou que havia livores cadavéricos na parte de trás da cabeça do idoso. Esse tipo de situação é comum duas horas após a morte. Outro detalhe que contraria a versão da sobrinha é que, segundo a Polícia Civil, o tio tinha mancha de sangue na nuca, indicando que o idoso não morreu sentado. Eles dizem ainda que esse tipo de  mancha de sangue é decorrente da interrupção da circulação, o que indica que a pessoa morreu deitada.

O caso segue sob apuração. A polícia investiga ainda se procede a informação que Érika tentou empréstimo em outros três bancos diferentes.