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Agência Correio
Publicado em 3 de julho de 2025 às 16:30
Depressão e ansiedade são transtornos complexos e silenciosos. Identificar os sinais pode ajudar a evitar que essas condições se agravem. A psicologia aponta que frases comuns no dia a dia revelam muito sobre o estado emocional de quem as repete. >
Comparações com outras pessoas fazem parte da construção da identidade. No entanto, quando se tornam excessivas ou negativas, afetam o bem-estar. A frase "tudo acontece comigo" reflete personalização e viés de confirmação, distorcendo a percepção da realidade.>
Como destaca Kierkegaard, "a comparação pode levar uma pessoa ao desânimo total", pois implica em admitir inferioridade constante em relação aos outros, o que mina a autoestima e abre caminho para a tristeza profunda.>
Emoções
Segundo Julian Rotter, essa ideia está relacionada ao locus de controle. Quando alguém acredita que não controla nada em sua vida, surge a sensação de impotência. Isso pode gerar desânimo constante e impedir que a pessoa busque mudanças.>
A orientação da psicologia é tentar manter um locus interno, ou seja, reconhecer que se tem poder de decisão. Essa atitude favorece uma vida mais equilibrada e reduz o risco de desenvolver transtornos emocionais.>
Embora pareça uma expressão de aceitação, muitas vezes essa frase representa resignação. Ao assumir que "as coisas são como são", a pessoa pode estar renunciando ao próprio papel como agente da mudança, o que leva à apatia emocional.>
Essa anulação subjetiva pode ser um indicativo claro de pensamentos depressivos, que drenam a motivação e afastam a pessoa da busca por soluções para suas dificuldades.>
Frases com palavras como "nada", "nunca" e "sempre" são distorções cognitivas comuns. Segundo Martin Seligman, esse padrão indica um estilo de vida pessimista, que afeta diretamente a autoestima e favorece a instalação de quadros depressivos.>
Esse tipo de pensamento impede a pessoa de enxergar possibilidades e oportunidades, criando um ciclo de negatividade que pode ser difícil de quebrar sem ajuda profissional.>
Essa frase demonstra um padrão de antecipação negativa. Quando a pessoa já espera que algo dê errado antes mesmo de começar, ela acaba alimentando um ciclo de fracasso e desistência, típico de quadros depressivos crônicos.>
Segundo a psicologia, esse padrão leva o indivíduo a deixar de tentar, o que fortalece ainda mais a sensação de incapacidade e frustração.>
Carol Dweck chamou isso de "mentalidade fixa", ou seja, a crença de que não é possível mudar. Esse pensamento associa fracassos a falhas pessoais, não a oportunidades de aprendizado. Com o tempo, isso corrói a autoestima e alimenta sentimentos de derrota.>
A psicologia reforça que todos somos capazes de crescer e evoluir, e acreditar no contrário é um fator que pode agravar o sofrimento psíquico.>
Essa frase revela vitimização e distorção da realidade. A repetição de padrões negativos, sem considerar as próprias ações, distancia a pessoa da autonomia e reforça o isolamento social — um dos grandes gatilhos para episódios depressivos prolongados.>
É fundamental observar se esse comportamento se repete em diferentes situações e buscar compreender os contextos antes de assumir essa postura.>
Esse pensamento costuma estar ligado ao acúmulo de frustrações e ao desgaste emocional. Estudos apontam que o negativismo constante interfere na química cerebral, elevando o cortisol e reduzindo a sensação de bem-estar.>
Com o tempo, esse padrão impacta o corpo e a mente, abrindo espaço para o desenvolvimento de ansiedade e depressão.>
Embora possa parecer uma frase de superação, geralmente reflete esgotamento emocional. A pessoa se sente incapaz de continuar enfrentando uma dor muito intensa e acaba desistindo.>
Essa desistência, no entanto, não resolve a questão. Pelo contrário, agrava ainda mais a sensação de fracasso e falta de propósito.>
Segundo Ni Preston, dizer "não consigo" ou "não sou capaz" é um discurso autodestrutivo. Essas frases diminuem a autoconfiança, sabotam o desempenho e impedem o crescimento pessoal, além de reforçarem a sensação de impotência.>
Esses pensamentos, se constantes, indicam baixa autoestima e dificuldade de enxergar o próprio valor, o que contribui para quadros emocionais mais graves.>
Associar coisas boas ao merecimento pessoal é perigoso. Esse tipo de pensamento leva a um foco excessivo nos aspectos negativos da vida, gerando estresse autoinduzido e alimentando crenças destrutivas sobre si mesmo.>
Nosso cotidiano é complexo demais para apontar todas as coisas ruins a nós próprios. Procurar ajuda profissional é essencial para reverter essa visão.>
Atenção aos sinais pode salvar vidas>
Se você se identificou com essas frases, é importante buscar auxílio profissional. Um psicólogo pode ajudar a trabalhar essas questões emocionais de forma segura e progressiva.>
A terapia e, em alguns casos, a ajuda psiquiátrica, podem trazer de volta o equilíbrio e mostrar que todos enfrentam dificuldades — mas ninguém precisa enfrentá-las sozinho.>