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Adeus a Silvio Tendler: o 'cineasta dos sonhos interrompidos' morre aos 75 anos

Autor de clássicos como Jango e Os anos JK, documentarista deixa legado de mais de 70 obras

  • Foto do(a) author(a) Ana Beatriz Sousa
  • Ana Beatriz Sousa

Publicado em 5 de setembro de 2025 às 13:21

Silvio Tendler Silvio Tendler produziu e dirigiu mais de 70 filmes, entre longas, médias e curtas metragens
Silvio Tendler Silvio Tendler produziu e dirigiu mais de 70 filmes, entre longas, médias e curtas metragens Crédito: Divulgação

O cinema brasileiro perdeu, nesta sexta-feira (05), um de seus maiores nomes: Silvio Tendler. O documentarista, conhecido por retratar figuras políticas e culturais marcantes da história nacional, morreu aos 75 anos, em decorrência de uma infecção generalizada. Ele estava internado no Hospital Copa Star, em Copacabana, na Zona Sul do Rio.

O velório será realizado neste domingo (07), às 10h, no Cemitério Comunal Israelita do Caju, seguido pelo enterro, às 11h. A informação foi confirmada pela família do cineasta.

Com mais de 70 produções entre curtas, médias e longas, Tendler eternizou personagens e capítulos centrais da política brasileira. Filmes como Os anos JK - Uma trajetória política (1981), Jango (1984) e Marighella, retrato falado do guerrilheiro (2001) se tornaram referência no gênero documental. Outro marco foi O mundo mágico dos Trapalhões (1981), até hoje o documentário mais assistido nos cinemas nacionais, visto por 1,8 milhão de pessoas.

Conhecido pelo espírito combativo e pelo olhar crítico, Tendler conquistou o título de “cineasta dos vencidos”, expressão que, mais tarde, foi suavizada pelo diplomata Arnaldo Carrilho, que o descreveu como “cineasta dos sonhos interrompidos”.

Mesmo enfrentando problemas de saúde desde 2011 - quando um defeito congênito quase o deixou tetraplégico -, Tendler se manteve ativo. Em 2023, lançou O futuro é nosso!, um documentário realizado durante a pandemia com entrevistas de figuras como o diretor britânico Ken Loach. No mesmo ano, assinou uma exposição no Sesc Niterói e estreou como dramaturgo com a peça Olga e Luís Carlos, uma história de amor.

Recentemente, o cineasta desabafou sobre as dificuldades de tirar novos projetos do papel, mesmo após receber a Ordem do Mérito Cultural, em 2025.

Silvio Tendler morreu aos 75 anos por Divulgação/Gabriela Nehring/Produtora Caliban

Nascido no Rio de Janeiro em 2 de março de 1950, Tendler iniciou o curso de Direito na PUC-Rio, mas logo seguiu sua vocação pelo cinema. Viveu no Chile durante o governo Allende e, mais tarde, em Paris, onde estudou Cinema e História e foi incentivado por Jean Rouch a se dedicar ao documentário.

De volta ao Brasil no fim dos anos 1970, além de dirigir suas obras mais célebres, lecionou por mais de 40 anos na PUC-Rio, formando gerações de estudantes.

Silvio Tendler deixa a filha, a produtora Ana Tendler, o neto Ernesto, e seus companheiros de estimação: o cão Camarada, da raça cane corso, e a calopsita Renê.