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Agência Correio
Publicado em 21 de agosto de 2025 às 18:06
Em um mundo cheio de distrações, a capacidade de ouvir tornou-se um superpoder social. Muitas vezes, o que um amigo precisa não é de uma solução, mas de uma presença atenta e empática que valide seus sentimentos.
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A verdadeira escuta vai além de aguardar a sua vez de falar. Envolve compreender as emoções por trás das palavras. É um presente que você oferece, mostrando que a outra pessoa é importante.
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Quando alguém desabafa, a primeira necessidade é ser ouvido e compreendido. Pular direto para os conselhos corta esse processo vital. A pessoa se sente interrompida e invalidada.
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Alexandra Solomon, psicóloga, reforça para o New York Times que invadir esse espaço é prejudicial. "Você se envolveu sem ser convidado para isso", alerta a psicóloga. O simples ato de ouvir sem julgamento já é terapêutico.
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Identificar a real necessidade é crucial. A pessoa fala de forma catártica, como se estivesse botando para fora? Ela não faz perguntas diretas sobre soluções? São sinais claros.
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Nesses momentos, interromper com sugestões é como tapar uma válvula de escape. Deixe que a narrativa flua completamente. Permita que ela chegue às próprias conclusões durante o processo.
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Frequentemente, ao verbalizar o problema, a própria pessoa encontra clareza. Sua função é facilitar essa jornada, não roubá-la com respostas prematuras que parecem óbvias para você.
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A paciência de ouvir sem interromper constrói uma confiança profunda. As pessoas se sentem seguras para se abrir com você, sabendo que não serão julgadas ou cortadas por conselhos.
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O estudo da Universidade da Califórnia mostrou que conselhos não solicitados machucam relações. A confiança, uma vez quebrada, leva tempo para ser reconstruída, se é que pode ser.
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Depois de ouvir atentamente, a transição para o aconselhamento deve ser suave. Use a pergunta ponte: "Isso parece difícil. Você quer minha opinião ou apenas precisava desabafar?".
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Essa abordagem dá controle total à pessoa. Ela se sente dona do processo e, portanto, muito mais aberta caso queira ouvir sugestões. É um convite, não uma imposição.
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Shannon O'Neill, psicólogo clinico do Mount Sinai West explica o sucesso do método: "A pessoa que fez a escolha de te ouvir, então a chance de ela estar aberta ao conselho e menos defensiva é bem maior."
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Incorporar esse hábito requer prática, mas os resultados são imediatos. Suas conversas se tornam mais profundas e significativas. As pessoas sentirão que saem melhores após falar com você.
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Você deixará de ser mais uma voz dando opiniões e se tornará um porto seguro. Num mundo barulhento, isso é um tesouro raro. Suas relações se aprofundarão naturalmente.
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Essa valorização da sua presença é o maior retorno. As pessoas não se lembrarão dos conselhos específicos, mas sim de como se sentiram ao serem ouvidas e compreendidas por você.
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