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Fernanda Varela
Publicado em 21 de julho de 2025 às 09:00
A cantora Preta Gil, que morreu neste domingo (20), aos 50 anos, escreveu uma autobiografia lançada em agosto de 2024, menos de um ano antes da morte. A obra, batizada de "Preta Gil: Os Primeiros 50", foi escrita em parceria com o jornalista Guilherme Samora e publicada pela Globo Livros.>
Preta Gil enfrentou luta contra o câncer
O livro percorre cinco décadas de vida, da infância em Salvador e no Rio de Janeiro ao estrelato, passando por episódios de racismo, relações familiares, maternidade, amores, términos e também a sua luta contra o câncer colorretal, diagnosticado em janeiro de 2023.>
No livro, Preta compartilha com franqueza as dores e os afetos que moldaram sua personalidade. Fala sobre crescer como filha de Gilberto Gil e Sandra Gadelha, conviver com o preconceito desde cedo e a forte ligação com sua madrinha, Gal Costa. “Minha madrinha sempre foi uma grande paixão. E, mais do que do meu pai, eu queria era estar atrás dela”, contou em um dos trechos da obra.>
Preta Gil e Gal Costa
A publicação também narra momentos de superação, como quando entendeu que sua compulsão por compras escondia feridas deixadas por rejeições e críticas vividas na infância. “Só fui me curar quando comecei a entender que o meu valor não estava nas coisas que tinha, mas no que sou”, escreveu.>
Um dos capítulos mais marcantes do livro é dedicado à descoberta da doença e aos impactos que o câncer trouxe para sua vida emocional e familiar. Preta relatou os efeitos do tratamento, a separação do então marido, Rodrigo Godoy, e o apoio de amigos e familiares durante a fase mais difícil da vida.>
O lançamento da autobiografia foi celebrado em eventos no Rio e em São Paulo, onde ela foi recebida com carinho por fãs, amigos e familiares. “Amei encontrar todos que foram me ver, matei a saudade dos meus fãs amados”, publicou Preta na época, nas redes sociais, após uma das noites de autógrafos.>
Preta Gil
Preta morreu em casa, nos Estados Unidos, onde estava desde maio em tratamento experimental contra a doença. Segundo pessoas próximas, ela tinha o desejo de retornar ao Brasil ainda neste domingo, em uma UTI aérea, mas acabou não resistindo após passar mal durante uma sessão de quimioterapia.>
No comunicado oficial da família, divulgado por Gilberto e Flora Gil, foi informado que a cantora morreu em Nova York e que estão sendo providenciados os trâmites para o translado do corpo ao Brasil. Ainda não foram divulgados detalhes sobre o velório, mas amigos próximos afirmaram que a artista desejava ser velada no Rio de Janeiro e enterrada na Bahia.>