Preta Gil se recusava a aceitar o fim: 'Não quero morrer, não chegou minha hora'

A cantora Preta Gil, que morreu neste domingo (20) após dois anos de tratamento contra o câncer, se recusava a entregar os pontos. Guerreira, a artista chegou a falar publicamente que estava em negação sobre a possibilidade de morrer.

A declaração foi dada em abril de 2025, pouco antes de partir para os Estados Unidos, onde Preta decidiu fazer um tratamento experimental. “Tenho muita coisa pra fazer aqui nessa vida, então, me recuso a aceitar que se findou para mim agora. Ainda tenho uma caminhada”, declarou no programa Domingão com Huck.

Sempre muito sincera sobre sua doença, Preta contou que os tratamentos no Brasil já não ofereciam perspectiva de cura. Ainda assim, reafirmou sua fé e sua vontade de viver. “Eu vou, porque tenho muito amor à vida, muito amor a isso aqui. Sei que a gente tem de aprender a lidar com a finitude. É isso aí, muita fé em Deus, fé nos meus orixás, nas minhas santinhas. Fé na vida, fé no amor e vamos embora”, disse, com a voz embargada.

Ela também relembrou uma conversa marcante com o pai, Gilberto Gil, durante o período mais crítico da doença. “Se tiver sendo muito difícil para você e, se for sua hora, aceite”, disse Gil, segundo o relato da filha. A fala, apesar de dura, teve um efeito transformador sobre ela. Preta contou que aquelas palavras despertaram algo dentro dela. “Virou uma chave na minha cabeça. Eu falei: ‘Não quero, não. Eu não quero morrer, não. Não chegou a minha hora, não!’”, relembrou.

O diagnóstico de câncer colorretal veio em janeiro de 2023. Desde então, Preta dividia com o público cada etapa do tratamento: a cirurgia para retirada de tumores, a quimioterapia, as internações, a recidiva com metástase e o impacto físico e emocional de tudo isso.