Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Agência Correio
Publicado em 27 de novembro de 2025 às 15:00
O calor extremo, considerado o fenômeno climático mais letal do planeta, acende um sinal de alerta no Brasil. Uma análise preocupante da Nasa, a agência espacial norte-americana, indica que áreas do Centro-Oeste, Nordeste, Norte e Sudeste do país podem se tornar inabitáveis em apenas 50 anos devido a esse fenômeno. >
Para chegar a essa projeção, a agência utilizou dados de satélite e concentrou-se na análise das áreas mais vulneráveis do planeta, focando na medição da temperatura de "bulbo úmido".>
Calor
Essa medição de bulbo úmido combina a temperatura do ar com a umidade e, por isso, é considerada mais precisa para avaliar o conforto térmico e o impacto real no corpo humano. Os números são impressionantes: 35 °C de bulbo úmido equivalem a 45 °C com 50% de umidade, resultando em uma sensação térmica de 71 °C, mais escorchante do que no deserto. >
A chave para entender a ameaça é a temperatura de bulbo úmido. Essa medição afeta diretamente como seu organismo se resfria através do suor. Portanto, quanto maior a umidade do ar, mais lenta é a evaporação do suor, e mais difícil fica para seu corpo dissipar o calor. >
Consequentemente, quando essa temperatura atinge valores muito altos, o corpo humano pode ter dificuldades em regular sua temperatura interna. Isso, por sua vez, pode levar ao surgimento de doenças graves relacionadas ao calor, como a insolação e o esgotamento térmico. >
É um risco real de vida: mesmo uma pessoa saudável superaquecerá e poderá morrer se permanecer numa temperatura de bulbo úmido superior a 35 °C por mais de seis horas.>
A projeção de inabitabilidade no Brasil não decorre apenas do calor, mas de uma combinação de fatores interligados que ameaçam a vida e a infraestrutura do país. Veja a seguir os principais motivos que, juntos, podem transformar o cenário nacional. >
Primeiramente, o derretimento de geleiras e calotas polares impulsiona a elevação do nível do mar. Em seguida, essa subida ameaça cidades costeiras importantes, como o Rio de Janeiro. A elevação do mar, de fato, pode causar danos significativos às infraestruturas e, consequentemente, forçar o deslocamento de populações inteiras. >
Além disso, a frequência e a intensidade dos eventos climáticos extremos vão aumentar. Isso significa que ondas de calor, secas prolongadas, inundações e furacões se tornarão mais comuns. Esses eventos, portanto, podem devastar a agricultura, danificar infraestruturas e impactar gravemente a saúde humana. >
Observamos também alterações no regime de chuvas. Enquanto regiões áridas podem se tornar ainda mais secas, outras enfrentarão chuvas torrenciais. Isso resulta em inundações e erosão do solo. O Nordeste brasileiro, por exemplo, já enfrenta desafios significativos relacionados à escassez de água. >
Ainda mais, as mudanças climáticas ameaçam a vida selvagem. Estima-se que a Amazônia possa perder até 60% de suas espécies até o fim do século. Desse modo, a perda de diversas espécies de plantas e animais desestabiliza ecossistemas inteiros. >
As consequências na saúde são diretas. O calor extremo, a poluição do ar e a disseminação de doenças, como malária e dengue, aumentam o risco de problemas de saúde respiratórios, cardiovasculares e infecciosos. >
Por fim, o aquecimento global pode provocar migrações em massa, conflitos por recursos e perdas econômicas significativas. Países em desenvolvimento, como o Brasil, são particularmente vulneráveis a esse cenário. >