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Heider Sacramento
Publicado em 10 de dezembro de 2025 às 11:25
A força da ancestralidade afro-brasileira ganha nova projeção nacional com Amazônia Negra: Expedição Amapá, documentário em que Carlinhos Brown assume papel central ao atravessar territórios, tradições e memórias do Marabaixo. A produção, que chega ao Globoplay edestaca o artista como fio condutor de uma jornada pela cultura afro-amapaense, aproximando o público de uma das expressões mais potentes da região Norte. >
Dirigida por Marcel Lapa, a obra acompanha Brown em visitas a Macapá, Oiapoque, Mazagão e ao quilombo do Curiaú, onde ele dialoga com mestres marabaixeiros, dança nos barracões, participa de ritos e mergulha nos “ladrões”, versos cantados que preservam histórias e identidades. A troca entre o ritmo baiano do cantor e a musicalidade do Marabaixo se torna o eixo emocional do filme, criando um encontro de brasilidades movido pelo tambor.>
“É uma alegria conhecer de perto essas tradições e ser recebido com tanto respeito e afeto. O Amapá provoca o Brasil a se reconhecer”, diz Brown no documentário. Em um dos momentos mais simbólicos, o artista é declarado embaixador do Marabaixo, reconhecimento concedido pela comunidade e oficializado pelo Governo do Estado do Amapá.>
Amazônia Negra: Expedição Amapá
Classificado pelo IPHAN como patrimônio imaterial, o Marabaixo ecoa no Amapá por meio de saias rodadas, tambores, festas religiosas e cortejos que atravessam a cidade de Macapá durante o Ciclo do Marabaixo. Suas raízes remontam ao período da escravidão, quando passos arrastados lembravam os pés acorrentados. No filme, essa memória é tratada com sensibilidade e orgulho, como força de resistência e identidade.>
A produção da Join Entretenimento e da Tha House Company evidencia a estética vibrante das comunidades e, segundo o diretor, buscou registrar a união e o pertencimento que movem os marabaixeiros. Brown, por sua vez, reforça no longa que seu próprio caminho é atravessado por essa ancestralidade. “O que eu tenho é a consciência de que vim da África. Não vim da escravidão, porque se eu viesse da escravidão, não poderia chegar ao que cheguei. Cheguei por mérito das tradições”, afirma.>
O documentário estreia no Canal Bis à 00h do dia 12 de dezembro (de quinta para sexta), e está no Globoplay para assinantes. A GloboNews exibe a produção em 20 de dezembro, às 23h.>