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Agência Correio
Publicado em 1 de outubro de 2025 às 13:00
Cientistas identificaram que um fungo pode manipular ouro presente no solo, transformando-o em nanopartículas. A revelação abre novas perguntas sobre a relação entre organismos vivos e metais. >
Fungo 'fabrica' ouro
Apesar da empolgação, os pesquisadores alertam: não existe fungo ou planta capaz de criar ouro em casa. O que se observou é um processo microscópico e experimental, restrito a ambientes controlados.>
A ideia de um ser vivo “fabricando ouro” chama atenção, mas está longe da realidade cotidiana. O que a ciência mostra é mais um detalhe fascinante da complexidade da natureza.>
O fungo Fusarium oxysporum consegue oxidar partículas de ouro dissolvidas no solo. Em seguida, ele reduz o metal, gerando nanopartículas douradas em sua superfície. O processo foi visto em laboratório.>
De acordo com os autores do estudo, trata-se de uma interação extraordinária entre microrganismos e minerais. Isso sugere que fungos podem ter papel importante no ciclo natural do ouro.>
Ainda assim, a quantidade de ouro envolvida é mínima. Estamos falando de partículas invisíveis a olho nu, formadas apenas quando já existe ouro presente no ambiente em baixas concentrações.>
A experiência não se traduz em algo doméstico ou lucrativo. Para que funcione, é necessário ter solo rico em ouro, soluções químicas específicas e um laboratório capaz de evitar contaminações.>
As nanopartículas resultantes não podem ser coletadas em quantidades úteis. Por isso, qualquer associação a um “cultivo de ouro” é enganosa e não tem respaldo científico.>
O que existe de fato é um fenômeno natural raro, interessante para pesquisa acadêmica. Ele ajuda a compreender como metais nobres circulam no ambiente, mas não é uma técnica de mineração caseira.>
Esse tipo de descoberta se insere no campo da fitomineração, que busca usar plantas e microrganismos para extrair metais de solos pobres. É um campo promissor, mas ainda cheio de desafios.>
Projetos com vegetais como a mostarda indiana mostraram absorção de ouro, mas sempre em escalas microscópicas. A distância entre laboratório e aplicação comercial segue grande.>
Mesmo assim, avanços nessa área podem gerar tecnologias mais sustentáveis. Elas podem permitir a recuperação de metais em locais onde a mineração tradicional seria cara ou ambientalmente inviável.>