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Agência Correio
Publicado em 15 de outubro de 2025 às 18:01
Tente visualizar um mundo em que a maioria das áreas do planeta é quente demais para respirar, se alimentar ou simplesmente sobreviver. >
Foi exatamente esse tipo de cenário que cientistas da Universidade de Bristol projetaram ao simular o que pode acontecer quando os continentes atuais voltarem a se unir em uma única massa de terra.>
Terra está em constante mutação
Segundo o estudo, o fenômeno, previsto para ocorrer em cerca de 250 milhões de anos, pode resultar na mais devastadora extinção em massa desde o desaparecimento dos dinossauros.>
O novo supercontinente, nomeado de Pangea Última, faz referência à antiga Pangea, que existiu há centenas de milhões de anos e também unia quase toda a crosta terrestre.>
Para chegar a essas conclusões, os pesquisadores usaram supercomputadores e modelos climáticos complexos capazes de prever como a fusão continental alterará o clima global.>
As simulações levaram em conta variações de temperatura, ventos, precipitações e níveis de umidade — e o panorama traçado não é nada otimista.>
Sem os oceanos ajudando a equilibrar o calor, o imenso bloco terrestre reteria temperaturas elevadas. Além disso, o Sol estará cerca de 2,5% mais potente do que hoje, emitindo mais radiação sobre a superfície.>
Erupções vulcânicas frequentes também contribuirão para o problema, liberando grandes quantidades de dióxido de carbono e intensificando o aquecimento.>
O resultado seria um planeta com temperaturas médias entre 40 e 70 °C, onde apenas 8% a 16% das áreas permaneceriam adequadas à sobrevivência dos mamíferos.>
Mesmo os mamíferos mais resistentes ao calor não conseguiriam suportar tais condições.>
“Os humanos, e muitas outras espécies, perecerão devido à incapacidade de se livrar do calor através do suor e resfriar o corpo”, explicou Alexander Farnsworth, autor principal do estudo, em comunicado à imprensa.>
Apesar do cenário sombrio, os cientistas destacam que a pesquisa busca despertar reflexão sobre o presente, e não medo do futuro distante.>
“Embora se preveja um planeta inabitável em 250 milhões de anos, já estamos vivenciando um calor extremo prejudicial. É crucial atingir emissões líquidas zero o mais rápido possível”, afirmou Eunice Lo, coautora do estudo publicado na Nature Geoscience.>