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Agência Correio
Publicado em 10 de outubro de 2025 às 07:00
Assim como os ossos precisam de cálcio e os músculos de exercícios, o cérebro também requer cuidados específicos. Mas afinal, o que podemos fazer para mantê-lo saudável e em pleno funcionamento? >
A chamada saúde cerebral diz respeito à capacidade do cérebro de realizar suas funções ao longo da vida — aprender, sentir, controlar emoções e movimentos, e se adaptar a novas situações.>
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Estudos científicos mostram que certos hábitos realmente podem turbinar o desempenho cognitivo. O assunto foi tema central do congresso Brain (Cérebro, Comportamento e Emoções), realizado recentemente em Fortaleza, no Ceará.>
Confira seis práticas que, segundo especialistas, ajudam a deixar o cérebro mais rápido e eficiente:>
Não existe pílula milagrosa para deixar o cérebro mais potente, o segredo está na alimentação equilibrada, explica o neurocirurgião e neurocientista Fernando Gomes, professor da Faculdade de Medicina da USP.>
“Alimentos ricos em ácidos graxos ômega-3, antioxidantes e vitaminas contribuem para a saúde cerebral. O consumo de peixes gordurosos, nozes, frutas e vegetais está associado a um menor risco de declínio cognitivo“, afirmou durante o congresso Brain.>
Verduras de folhas verdes, como couve e espinafre, além do brócolis, ajudam a preservar a memória e o raciocínio. Já os peixes, como salmão, bacalhau e atum light em lata, devem ser consumidos pelo menos duas vezes por semana.>
As frutas vermelhas também são ótimas opções: além de saborosas, contêm flavonoides que melhoram a memória e a concentração.>
“A prática regular de exercícios físicos está diretamente relacionada à melhoria da função cognitiva. O exercício aumenta a formação de novas células nervosas, um fenômeno chamado neurogênese“, explicou o neurocientista.>
Além de ativar o cérebro, o movimento estimula a liberação de proteínas importantes para a saúde dos neurônios, conhecidas como fatores neurotróficos. Em resumo: mexer o corpo é uma forma de manter a mente ativa.>
A ciência também aponta que se exercitar ajuda a aliviar dores, melhora o humor, reduz sintomas de ansiedade e depressão e contribui para um sono de qualidade. Mas, para sentir os efeitos, é preciso manter uma rotina regular.>
“O sono é crucial para o funcionamento cerebral. Durante o sono, o cérebro processa informações e se recupera. Estudos sugerem que a privação do sono afeta negativamente a memória, a atenção e a capacidade de aprendizado”, explica Fernando.>
Dormir bem é essencial para que o cérebro descanse e desempenhe suas funções de forma plena. Além disso, um sono adequado é fundamental para controlar o estresse e consolidar o aprendizado.>
Quando o corpo enfrenta situações de estresse, libera hormônios como adrenalina e cortisol. Em excesso, essas substâncias comprometem a concentração, a memória e o equilíbrio emocional.>
O estresse prolongado afeta o funcionamento do cérebro, eleva a pressão arterial e atrapalha o sono — etapa vital para a recuperação mental. Além da irritabilidade e do cansaço, o acúmulo de toxinas cerebrais é outro risco das noites mal dormidas.>
Atividades que estimulam o pensamento, como palavras cruzadas, quebra-cabeças, jogos de lógica e o aprendizado de novas habilidades, ajudam a manter o cérebro ativo e saudável.>
“Estudos indicam que o engajamento em atividades cognitivamente desafiadoras está associado a um retardamento do declínio cognitivo”, ressalta o neurocientista.>
O convívio social também é um poderoso aliado da saúde mental, mas o ideal é apostar em interações verdadeiras e enriquecedoras.>
“Interações estimulantes e relações saudáveis estão associadas a um melhor desempenho cognitivo e a menor incidência de doenças neurodegenerativas”, reforça Gomes.>
Em resumo, manter o cérebro em forma depende de um conjunto equilibrado de práticas: alimentação saudável, exercícios regulares, sono de qualidade, controle do estresse, desafios mentais e boas relações sociais.>
“A implementação dessas práticas pode não apenas melhorar a função cognitiva, mas também proteger contra o declínio cognitivo ao longo do tempo. Consultar profissionais de saúde para orientações personalizadas também é uma boa prática”, conclui o especialista.>