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Agência Correio
Publicado em 28 de junho de 2025 às 05:30
Um estudo recente publicado na Nature Communications mostra que certas espécies de morcegos vivem até 35 anos – equivalente a 180 anos humanos – e quase nunca desenvolvem câncer. A descoberta pode ser crucial para novos tratamentos contra a doença..
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Cientistas da Universidade de Rochester analisaram como esses pequenos mamíferos, que pesam menos de 30 gramas, conseguem escapar dos tumores mesmo com um metabolismo acelerado, que normalmente aumentaria o risco de câncer.>
Câncer: sintomas e tratamentos
A resposta está em seus genes. Enquanto humanos têm duas cópias do gene supressor de tumores TP53, os morcegos possuem oito. Essa "superdosagem" de proteínas p53 age como um sistema de segurança reforçado, eliminando células defeituosas antes que se tornem perigosas.>
Além disso, os morcegos mantêm a telomerase – enzima que ajuda na renovação celular – ativa por mais tempo. Em outros animais, isso poderia aumentar o risco de câncer, mas o TP53 extra deles mantém tudo sob controle.>
Outro fator crucial é o sistema imunológico desses animais. "Os morcegos têm uma defesa imunológica extremamente eficiente, capaz de combater vírus mortais e células cancerígenas", destaca Vera Gorbunova, coautora do estudo, à CNN.>
Enquanto humanos sofrem com inflamação crônica ao envelhecer, os morcegos mantêm um equilíbrio perfeito. Isso evita danos ao DNA e reduz drasticamente as chances de mutações perigosas.>
A pesquisa pode levar a tratamentos mais eficazes. Já existem medicamentos que atuam no gene TP53, mas os morcegos mostram que aumentar sua atividade de forma segura pode ser a chave. Outra possibilidade é regular a telomerase para melhorar a regeneração sem perder proteção contra tumores.>
"Se conseguíssemos fortalecer a p53 ou ajustar nossa telomerase, poderíamos criar terapias preventivas para grupos de risco", explicam os cientistas. A natureza, mais uma vez, pode ter a resposta.>