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Demissão inesperada causou revolta e surpresa na Portela: 'Não foi escolha minha'

Mestre Nilo Sérgio estava há mais de 20 anos na agremiação

  • Foto do(a) author(a) Fernanda Varela
  • Fernanda Varela

Publicado em 1 de junho de 2025 às 09:53

Nilo Sérgio
Nilo Sérgio Crédito: Divulgação

A demissão de Mestre Nilo Sérgio da bateria da Portela, após 20 anos no comando da Tabajara do Samba, provocou uma onda de protestos nas redes sociais e indignação entre torcedores, artistas e integrantes da comunidade azul e branca. A saída foi anunciada na noite de sexta-feira (30), em nota oficial publicada pela escola, sem menção ao motivo da decisão. Nilo, que recebeu nota máxima no Carnaval de 2025, afirmou ter sido desligado sem ter optado por isso.

“Fui desligado da Portela. Dói escrever isso. Dói porque não foi uma escolha minha. Dói porque quem conhece minha história sabe o quanto me entreguei a essa escola, o quanto vesti esse pavilhão com alma, suor e amor. Mas mesmo na dor, carrego o coração em paz”, escreveu o mestre, que comandou a bateria por duas décadas consecutivas.

Nilo Sérgio por Divulgação

A nota da agremiação destacou a trajetória de Nilo, exaltando sua dedicação e conquistas. “Sua saída marca o fim de um ciclo, mas jamais o fim de sua presença na história da Portela e nem no coração de cada portelense”, diz o texto. A escola ainda não anunciou um substituto.

Nos bastidores, comenta-se que a saída do mestre foi motivada por questões políticas. Ele teria declarado apoio à chapa derrotada de Dr. Leo e Martinelli, adversária da atual gestão comandada por Junior Escafura. Também circulam nas redes áudios atribuídos a Nilo, em que ele se queixa de uma articulação interna para retirá-lo do cargo. O alvo seria Vitinho, atual mestre da Acadêmicos de Niterói e ex-diretor da Portela, filho de Faísca, ex-mestre do Império Serrano e interlocutor de Nilo na gravação.

A repercussão foi imediata. Centenas de portelenses protestaram nas redes sociais, questionando a decisão da escola e cobrando explicações. “Só quatro baterias levaram 40 no último Carnaval e a Tabajara foi uma delas. Aí qual decisão a escola toma? Isso mesmo: tchau, mestre”, escreveu um internauta. “O Nilo é a cara da Portela. Inacreditável”, publicou outra torcedora. “Golaço contra”, comentou um terceiro.

Figuras públicas ligadas ao samba também reagiram. A cantora Teresa Cristina cobrou mais transparência da diretoria: “Deveria explicar porquê, não simplesmente agradecer. Agradecer tem que agradecer sempre!”. Ao lado dela, o músico Paulão 7 Cordas, maestro da banda de Zeca Pagodinho, também manifestou solidariedade.

Juliana Diniz, neta de Monarco, lamentou a saída: “Parabéns, mestre! Te amamos muito! Vai fazer falta.” Já o compositor Ciraninho escreveu: “Sua história é eterna. A Portela sempre será a sua casa”.

A rainha de bateria Bianca Monteiro, que ainda não teve sua permanência confirmada para o Carnaval de 2026, também comentou a demissão. “Meu coração está apertado. Mestre Nilo não é só um mestre de bateria. Ele é parte da minha história e da minha caminhada. Nesse momento, é doloroso e não estou conseguindo dar conta de colocar isso em palavras”, escreveu ela.

Ao se despedir, Nilo reforçou sua ligação com a escola e o respeito pela comunidade. “Saio no auge, com a sensação de dever cumprido e com a consciência tranquila de quem sempre entregou tudo de si. O apoio da comunidade tem me emocionado profundamente. Não há decisão que silencie um legado. Eu saio, mas saio de pé. Saio com dignidade”, afirmou.

E concluiu: “Desejo que a águia continue voando alto, porque ela é maior do que tudo. A Portela é eterna. E enquanto houver samba em algum lugar, vou estar ali, de mãos dadas com minha história.”